Em “Amazone-se”, o repórter fotográfico Alex Pazzuelo deixa aflorar sua sensibilidade e, através de sua lente e alma poética capta a exuberância e o exotismo da natureza amazônica, bem como dos povos que habitam na floresta.
A exposição, que poderá ser vista até o dia 25 de março de 2018, foi aberta na noite de quinta-feira, 26/10, no Centro Cultural Palácio da Justiça, reunindo jornalistas, fotógrafos, estudantes e amigos mais próximos que conhecem de perto o talento de Leleco, como o fotógrafo Lula Sampaio, o cinegrafista Orlando Júnior e o secretário de estado da Cultura, Denilson Novo.
— A fotografia de Pazzuelo revela é um olhar mais profundo sobre as nuances amazônicas, que poucas pessoas no mundo conhecem. Ninguém sabe se está diante de uma tela ou de uma fotografia de verdade. É arte pura –, comenta Orlando, o mais premiado cinegrafista da Amazônia.
Coração, alma e lente
Somente os povos da floresta, aqueles que vivem em sintonia direta com árvores, rios e bichos têm acesso a imagens que, o visitante mais desavisado, por descuido, deixa passar. Por exemplo, a danças das águas nas corredeiras de Presidente Figueiredo ou ao olhar de ternura de uma indiazinha comendo um jambo, são pequenos detalhes que só aqueles que sintonizam coração, alma e câmera conseguem captar. Leleco faz isso com muita competência.
— Esta exposição é o resultado dessas viagens, uma coletânea de 20 viagens livres, soltas, reflexões de um lugar que gostaria que permanecesse exatamente como fotografias, congeladas por maior tempo possível. Então convido a todos a refletirem, e se perguntarem “O que posso fazer para contribuir e preservar o Amazonas?”.
Formado pela Faculdade de Comunicação Hélio Alonso (FACHA), do Rio de Janeiro e com uma longa passagem por Nova York, o amazonense Alex Pazzuelo retornou a Manaus em 2004. Até então era um fotógrafo de estúdio, trabalhando mais para publicidade. Até que recebeu o desafio de encarar a redação do jornal EM TEMPO. No início relutou, mas acabou cedendo.
— Até então o jornalismo era algo que me intimidava. Acostumado com a tranquilidade dos estúdios, a produção bem lenta, estudada, repetindo cada click várias vezes até à perfeição, tinha receio de não me adequar ao corre-corre do jornal. Porque não sabia que poderia fotografar no tempo do jornal, isto é, correndo contra o tempo e fazendo tudo com pressa. A compensação viria logo em seguida, em 2007, com a conquista do Prêmio Ayrton Senna de Fotografia.
FOTOS: Michael Dantas/ SEC