Rota de parte dos mais de 80 mil venezuelanos que já buscaram refúgio ou residência temporária no Brasil, Manaus é a primeira cidade brasileira a ter um abrigo voltado exclusivamente à população LGBTI+ de refugiados.
A proposta é ajudar essas pessoas a vencer um duplo desafio: além da xenofobia, os refugiados LGBTI+ também são vítimas de preconceitos dentro dos abrigos.
Coordenada pela ONG Manifesta LGBTI+ com o apoio do Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) e parceiros, a Casa Miga acolhe ainda seis lésbicas e uma travesti venezuelana e um brasileiro. Todos dividem as tarefas domésticas e ajudam em parte das despesas da casa, que é mantida por doações.
O espaço abriu as portas para os três primeiros casais de lésbicas em setembro. Companheiras há quatro anos, Jasmira Estaba, 36, e Gabriela Méndez, 29, contam que o trajeto entre a Venezuela e o novo abrigo não foi fácil.
O Acnur não tem estimativa sobre a população LGBTI+ de refugiados no Brasil nem de casos de violência nos abrigos, mas os relatos existentes bastaram para alertar os envolvidos na acolhida.
O abrigo em Manaus é mais um aberto no Norte para venezuelanos. Roraima tem 5.500 migrantes em 13 espaços.
Fonte: Folha de SP