A organização da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) anunciou na noite deste sábado (29) o cancelamento da tradicional cerimônia de abertura do evento, após a polêmica envolvendo o "desconvite" ao ministro Carlos Fávaro (Agricultura) para que não comparecesse ao ato, que contaria com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Principal feira de tecnologia agrícola da América Latina, a Agrishow enfrenta uma crise com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde a última terça-feira (26), quando houve a conversa entre o presidente da feira, Francisco Matturro, e Fávaro.
O ministro disse ter se sentido "desconvidado" ao receber a sugestão de participar da Agrishow na terça-feira (2), quando haverá uma reunião da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), um dia depois da abertura oficial, que estava marcada para as 11h de segunda (1º). A confirmação do cancelamento da cerimônia foi feita à Folha por Matturro.
Depois do desconforto inicial, o governo federal ameaçou cancelar o patrocínio do Banco do Brasil à feira, que acontece desde 1994 em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) e é a mais importante do setor agrícola no país.
A previsão para este ano é negociar mais que os R$ 11,243 bilhões registrados em 2022 em vendas de máquinas agrícolas, de irrigação e de armazenagem (R$ 11,77 bi, em valores atualizados pela inflação). São aguardados 190 mil visitantes.
Segundo um comunicado das entidades organizadoras, que não foi enviado à imprensa, mas a expositores, a decisão foi tomada "em virtude de toda a repercussão gerada pela cerimônia de abertura".
"[As entidades] Optaram por não realizar solenidade de abertura da feira, prevista para o dia 1º de maio, às 11h. A Agrishow mantém a sua tradição de ser a principal vitrine do setor, apresentando o que há de mais moderno em tecnologia para o agronegócio", diz trecho do comunicado, que pede para que os visitantes mantenham suas agendas para conhecer as inovações tecnológicas para o agronegócio.