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O Festival de Berlim é um dos mais importantes eventos de cinema do mundo com 68 anos de existência. Faz parte da trinca formada por Cannes e Veneza dos principais festivais da Sétima Arte na Europa. O Brasil, aliás, tem uma grande relação com a festa ao ter vencido duas vezes o prêmio máximo, o Urso de Ouro: “Central do Brasil” em 1998 e “Tropa de Elite” em 2008.

A edição deste ano iniciada no último dia 7 de fevereiro traz um tempero amazonense: o diretor Aldemar Matias e o ator Adanilo Reis terão obras no evento alemão. O primeiro apresenta o primeiro longa da carreira, o documentário “La Arrancada”, enquanto o segundo integra o elenco de “Mariguella”, estreia de Wagner Moura na direção.

Aldemar Matias está presente com “La Arrancada” na Mostra Panorama, a segunda mais importante do festival, atrás apenas dos filmes da competição do Urso de Ouro. Rodado em Cuba, o documentário mostra o duelo de uma jovem garota integrante da equipe de atletismo do país com o sonho de crescer no esporte, o que a levaria a sair da ilha caribenha. Ao lado dela está a mãe apaixonada pela filha, mas, também muito patriota.

A carreira de Aldemar Matias nos cinemas começou com “A Profecia de Elizon”, documentário vencedor do Amazonas Film Festival sobre a reação a um tremor de terra de moradores de um prédio da zona centro-sul de Manaus. Em seguida, fez o melhor filme local destes anos 2000 para este que vos escreve: “Parente” mostra as instruções feitas por agentes de saúde do Governo Federal sobre DSTs para indígenas na Amazônia brasileira. A produção também levou o Amazonas Film Festival.

A ida para estudar na tradicional Escuela Internacional de Cine y Televisión (EICTV), em Havana, ampliou os horizontes do diretor. Lá, produziu dois curtas: “El Enemigo” – premiado em premiado no Festival de San Sebastian e no DocumentaMadrid – e “When I Got Home” – premiado no Watersprite Film Festival, evento realizado em Cambridge.

A chegada de “La Arrancada” na Mostra Panorama ao lado de filmes como “Light of my Life”, do ganhador do Oscar, Casey Affleck, “Mids 90”, de Jonah Hill, e dos brasileiros “Divino Amor”, de Gabriel Mascaro, e “Estou Me Guardando Para Quando O Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes, abre diversas portas para Aldemar Matias, agora, no cinema mundial.

Da Artrupe a Wagner Moura

Outro amazonense no Festival de Berlim será Adanilo Reis. O ator integra o elenco do polêmico “Mariguella”, primeiro filme de Wagner Moura como diretor de cinema. A produção traz Seu Jorge de protagonista acompanhado de nomes como Adriana Esteves, Bruno Gagliasso e Humberto Carrão.

Adanilo Reis foi um dos co-fundadores do coletivo local Artrupe Produções. Ao lado da equipe formada por César Nogueira, Diego Bauer, Hamyle Nobre e Victor Kaleb, ele foi o protagonista de filmes do grupo como “A Menina do Guarda-Chuva” e “Aquela Estrada”. No teatro, esteve no TESC – Teatro Experimental do Sesc, Grupo de Teatro e Dança Origem, Cia de Teatro Apareceu a Margarida, Cês em Cena, entre outros.

Após a saída da Artrupe, Adanilo deixou Manaus e foi para o Rio de Janeiro, onde participa do grupo teatral Galeroso. Nesta temporada carioca, conseguiu a vaga no filme de Wagner Moura.

Os caminhos de Aldemar e Adanilo não se cruzarão apenas em Berlim: os dois fizeram, no fim do ano passado, o curta-metragem “Não Declare Seu Amor Delivery”. Híbrido de documentário com ficção, o projeto é ambientado em Manaus e deve ser lançado até o fim do ano.

Conheça mais sobre o cinema amazonense, neste videocast do Cine Set:

 

 

 

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