Pesquisas na Floresta Amazônica levaram à descoberta de 381 novas espécies de plantas e animais no período de 2014 a 2015. As expedições para as descobertas foram realizadas pela WWF-Brasil, organização não governamental dedicada à preservação da natureza, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Foram catalogadas 216 novas espécies de plantas, 93 de peixes, 32 de anfíbios, 19 de répteis, uma ave, 18 mamíferos e dois mamíferos fósseis. Em média, uma nova espécie de ser vivo foi descoberta na Amazônia a cada dois dias. Esta foi a terceira edição do estudo, que já revelou mais de 2 mil novas espécies nos últimos 17 anos.
Segundo Ricardo Mello, gerente do Programa de Amazônia da WWF-Brasil, apenas 20% do ecossistema da floresta é conhecido. A maior parte das descobertas, nesta edição, ocorreram em unidades de conservação da Amazônia. Entre as novas espécies catalogadas, chamaram a atenção dos pesquisadores o boto Inia Araguaienses, encontrado na Bacia do Rio Araguaia e a nova espécie de primata, o macaco zogue-zogue-rabo-de-fogo.
“É uma surpresa sempre, porque não são animais tão pequenos como insetos. Eles estavam no arco de desmatamento, que é impactado por estradas, criação de hidrelétricas. A gente não sabe o grau de ameaça, mas devem entrar no mínimo como espécies vulneráveis”, disse Fernanda Paim, bióloga e pesquisadora do Instituto Mamirauá.
Quatro novas espécies de peixes foram encontradas na Reserva Nacional do Cobre e seus Associados (Renca), extinta por decreto presidencial na última quarta-feira (23). “Os peixes se deslocam facilmente no rio, são peixes ornamentais, mas fazem parte da cadeia alimentar. Há indícios de contaminação por mercúrio, que traz impacto na fauna e na população local”, disse Fernanda.