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“Amazonino foi um visionário. Deixa um legado que nenhum outro governador vai superar”

Omar lembrou que a última vez que falou com Amazonino foi em 16 de novembro, dia do seu aniversário. "Estou aqui para me solidarizar com a família e com os amazonenses"

Ao deixar nesta sexta-feira, 17/02, o velório do ex-governador Amazonino Mendes, no Teatro Amazonas, onde ficou por cerca de 1h contemplando a urna com o corpo do velho aliado político e amigo, o senador Omar Aziz (PSD) disse que teve a oportunidade de conviver com o ex-governador desde 1983, às vezes até em campos opostos, mas nunca perdeu o carinho e o respeito por ele.

— Ele tinha 42 anos eu 20 e poucos anos. Tivemos uma relação política e de amizade  durante anos. Mas, política é democracia e algumas vezes estivemos em campos opostos – disse o senador.

Omar lembrou que a última vez que falou com Amazonino foi em 16 de novembro, dia do seu aniversário. "Estou aqui para me solidarizar com a família e com os amazonenses. Com certeza em qualquer lugar desse Estado vai ter alguém lhe querendo bem”, comentou.

Aziz observou que o ex-governador Amazonino Mendes deixa um legado que nenhum outro governador vai poder superar. Muitos lançam importantes programas sociais hoje, mas, na maioria deles, Amazonino foi pioneiro lá atrás.

—  Quando você fala em  Bolsa Família,  não se esqueça que foi o Amazonino que criou o Cartão Direito à Vida aqui e bem antes. Quando se fala em “Minha Casa, Minha Vida”, Amazonino já construía casas populares na década de 80.  Ele sempre trabalhou muito nessa área social.

Omar Aziz ao lado de Robério Braga e Mônica Mendes

Para Omar, Amazonino foi um visionário. “A visão dele na área cultural é impressionante”. O senador relembrou que, quando caiu o muro de Berlim (em 10 de novembro de 1989), decretando o fim da União Soviética, Amazonino passou a trazer músicos da Europa para formar a orquestra Amazonas Filarmônica e introduzir o caboclo amazonense na cultura da ópera e de grandes concertos.

— Foi a primeira orquestra  deste teatro onde hoje ele está sendo velado e que foi restaurado  ele, num trabalho primoroso e demorado.

RODA DO DESTINO



“Algumas vezes estivemos em campos opostos. Mas a relação, o carinho, as conversas eu tive inúmeras com Amazonino. Nunca levamos para o lado pessoal”
(Omar Aziz)

Omar também lembrou momentos em que esteve em campos opostos em oposição a Amazonino. A primeira foi em 2006, porque  o Amazonino quis ser candidato ao governo, quando ele e Eduardo Braga era candidatos à reeleição.

— Tinha uma vaga reservada para ele no Senado Federal, mas ele não aceitou, queria ser candidato a governador. Acontece que Eduardo (governador) era candidato à reeleição eu também candidato à reeleição como vice-governador. Ele não aceitou  ser candidato ao Senado e quis disputar, então foi uma disputa  democrática. Um direito que ele tinha – contou o senador do PSD.

Em 2008, novamente a  'roda do destino' colocou Amazonino e Omar frente à frente. Dessa vez estava em jogo uma candidatura a prefeito de Manaus.  Serafim Corrêa (PSB), era  prefeito candidato à reeleição.  Amazonino (PTB) era candidato de oposição e Omar Aziz (PMN) também. Amazonino foi para o segundo turno, Omar ficou em terceiro.

Omar contempla o caixão de Amazonino Mendes

— Eu o apoiei no segundo turno e ele ganhou a eleição. Estávamos, sim, em campos opostos, mas nada que saísse  do campo democrático. A relação, o  carinho, as conversas eu tive inúmeras com a Amazonino, nunca levamos para lado pessoal, pelo contrário. A minha formação política foi ao lado dele.

—O senhor diria que a aproximação com o Amazonino que o levou para a política? – pergunta o jornalista.

— Não, eu já era a político. Não na política partidária. Comecei como líder estudantil,  mas me elegi vereador com o apoio dele,  me elegi deputado estadual  com o apoio dele. Fui vice- prefeito com o apoio dele. Então, eu já era político, já fazia política estudantil (pelo PCdoB), não era político partidário. Quem me levou para a política partidária foi ele, até porque ninguém é candidato de si próprio.

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