O deputado federal Amom Mandel (Cidadania) criticou a realização de shows com cachês milionários, no interior do Amazonas, durante a estiagem severa que afeta ao menos 608 mil pessoas no estado. Segundo o boletim do Governo do Estado, divulgado na última sexta-feira (26), 62 dos 62 municípios estão em situação de emergência devido à seca.
A crítica parte de uma reportagem do Estadão, que mostra os gastos de R$ 2,77 milhões com os cachês de cantores como Zé Vaqueiro e Xand Avião. A Prefeitura de Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), por exemplo, pagou R$ 490 mil com uma única atração para a Expomanacá 2023, no último dia 14.
“Sério isso?! Enquanto buscávamos apoio do governo federal para lidar com as queimadas e a seca do Amazonas, os prefeitos dos interiores estavam planejando festas. Gastaram mais de R$ 2,77 milhões pagando cachês de artistas”, questiona o deputado.
Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus), em situação de emergência, contratou uma apresentação do cantor Mano Walter por R$ 260 mil. Barreirinha (distante 331 km da capital), gastou R$ 250 mil com Tarcício do Acordeon, enquanto Tabatinga (distante 1.108 km) pretende pagar R$ 500 mil para o cantor Zé Vaqueiro e R$ 250 mil para a cantora Márcia Fellipe por apresentações na próxima segunda-feira (30), pouco mais de uma semana após receber 18 toneladas de alimentos para ajudar no combate à estiagem.
“Parece que esses prefeitos estão em um mundo paralelo. Será que a população estava precisando disso ou de insumos básicos? Enfrentamos a pior seca já vivida nos últimos 100 anos, mais de 608 mil amazonenses atingidos de maneira direta e essa é a medida tomada?”, completa Amom Mandel.
Em resposta à crise ambiental no Amazonas, o Governo Federal deve gastar aproximadamente R$ 627 milhões. De acordo com o jornal do sudeste, as prefeituras foram procuradas e questionadas sobre a situação, mas não houve resposta.