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Antaq suspende cobrança da “taxa de seca” por transportadoras de contêineres

Agência estabeleceu que só poderá haver cobrança caso os níveis do Rio Negro atinjam 17,7 metros ou menos. Cota atual é de 19,2 metros

Foto: Bruno Leão

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) suspendeu, nessa segunda-feira (27), a cobrança da chamada “Taxa de Seca” (Low Water Surcharge – LWS) por empresas de transporte marítimo de contêineres com origem ou destino em Manaus.

A decisão é após denúncia protocolada pela Associação Comercial do Amazonas, (ACA) no dia 28 de agosto, que apontava cobrança indevida da taxa mesmo com o Rio Negro em níveis normais de navegação. O pedido mencionava oito armadores de grande porte: MSC, Maersk, CMA CGM, ONE, Hapag-Lloyd, Mercosul Line, Log-In e Norcoast.

De acordo com a ACA, em 22 de agosto deste ano o Rio Negro registrava 27,45 metros de profundidade, bem acima dos níveis críticos observados em 2023 (24,94 m) e 2024 (22,15 m). Ainda assim, as empresas aplicavam cobranças que variavam entre US$ 950 (R$ 5,1 mil) e US$ 1.980 (R$ 10,6 mil) por contêiner, sem justificativa técnica e com indícios de prática coordenada entre concorrentes.

A portaria (nº 83/2025), publicada pela Antaq, suspendeu a taxa e estabeleceu critérios objetivos para futuras aplicações. A cobrança só poderá ocorrer quando o nível do Rio Negro atingir 17,7 metros ou menos, devendo os custos ser transparentes, uniformes entre os armadores e submetidos à fiscalização permanente da agência. A cota atual é de 19,27 metros, conforme medição do Porto de Manaus nesta terça-feira (28/10).

Durante a seca de 2024, empresas da Zona Franca de Manaus (ZFM) estimaram gastos adicionais de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 500 milhões apenas com a “Taxa de Seca”.

Para o deputado federal Pauderney Avelino (União Brasil), a deliberação representa “um avanço na segurança jurídica das operações fluviais”. Segundo ele, “pela primeira vez há um parâmetro definido para a navegabilidade em períodos de estiagem, o que traz previsibilidade para os empreendimentos da região”.

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