Ao tomar posse como ministro-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT), disse nesta terça-feira 3 que não haverá ‘cercadinhos e nem muros’ na relação entre o governo Lula e a população e prometeu “combate permanente às fake news“. O local onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conversava com a imprensa e seus apoiadores ficou conhecido como ‘cercadinho‘.
“Nos últimos anos, ergueram-se muros, barreiras, cercadinhos na relação do governo com o povo. Poucos falavam muito, nem sempre com qualidade naquilo que diziam. Se negaram em ouvir a ciência, as instituições e população mais vulnerável”, declarou Pimenta, que também prometeu reconstruir as pontes com a imprensa.
“No governo do presidente Lula, os jornalistas terão toda a liberdade para exercer a sua atividade”, resumiu.
Responsabilidade
A Secom é responsável pelo planejamento de comunicação do governo federal, atuando para divulgar ações da Presidência da República nos meios de comunicação, além de cuidar do relacionamento institucional com a imprensa. Sob Lula, a secretaria passa a ter status de ministério.
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Pimenta ressaltou ainda a importância de uma atuação interministerial para garantir a proteção de direitos no ambiente virtual e promover medidas de educação midiática.
“Vamos trabalhar para proteger as vítimas de violação de direitos no ambiente digital, em especial crianças, adolescentes, mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+, defensores do Direitos Humanos, e promover medidas de educação midiática. Toda essa agenda deverá ser tocada pela Secom em parceria com outros ministérios, como a Justiça, dos Direitos Humanos, Educação e Cultura“, pontuou.
A cerimônia aconteceu no salão nobre do Palácio do Planalto, em Brasília, e contou com a presença de parlamentares, representantes de movimentos sociais, embaixadores e lideranças políticas. A ex-presidenta Dilma Rousseff também esteve na solenidade. Em seu discurso, o ministro se referiu a ela como vítima de uma ‘injustiça histórica’ por conta do impeachment em 2016.
Pimenta também criticou a postura da Secom sob Bolsonaro, que vetou campanhas de vacinação e combate ao vírus da Aids por questões ideológicas, e prometeu retomar os trabalhos da NBR (TV Nacional do Brasil), cuja atuação seria voltada à prestação de informações sobre o governo, enquanto uma emissora estaria responsável pela exibição de conteúdos independentes.