O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, esteve reunido com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, na tarde desta segunda-feira, 20/4, nas dependências do Comando Militar da Amazônia (CMA), zona Oeste. O encontro foi para discutir a situação do sistema de saúde no Estado e apresentar as principais demandas no enfrentamento à Covid-19.
"Disse tudo o que eu tinha a dizer de desabafo, de críticas, análises de personagens do governo sobre esse abandono do Amazonas e que tem se agravado a cada minuto", informou o prefeito ao sair da reunião. "Vim para essa reunião dizer minhas verdades e não podemos mais esperar planejamentos para daqui a quinze dias e ficarmos vendo as pessoas morrerem", completou.
Também estavam presentes à reunião o governador do Estado, Wilson Lima, o comandante do CMA, gen. Estevam Cals Theophilo, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, além da presidente do Fundo Manaus Solidária, a primeira-dama, Elisabeth Valeiko Ribeiro, da secretária municipal da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos, Conceição Sampaio, e os representantes do Hospital Samel.
O prefeito de Manaus apresentou ao vice-presidente uma relação de problemas que a cidade vem enfrentando e quais as medidas tomadas pelo município para enfrentar a pandemia, como a instalação do Hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes, no Centro Integrado Municipal de Educação (Cime) do Lago Azul, na zona Norte, e a contratação de novos profissionais de saúde, entre outras necessidades essenciais.
Ainda segundo Arthur Virgílio, a vinda do vice-presidente a Manaus foi um ato de político verdadeiro, de quem se preocupa com a população e tem vontade de ajudar a resolver a situação.
"A visita do general foi uma das manobras mais ágeis que eu vi um político fazer. Foi muito boa a conversa para uma pessoa que se mostrou confiável e deve agir enquanto, aqui, cuido da parte técnica com o meu secretário de saúde, ouvindo também o governador e sua secretária", disse o prefeito.
Dentre os pedidos de urgência feitos pelo prefeito, estavam a disponibilização de 15 aparelhos de tomografia, fornecimento de medicamentos, cujo os fornecedores alegam a produção ser exclusiva para o Ministério da Saúde (MS), como hidroxicloroquina, tamiflu, azitromicina e outros.
Na lista também constavam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), sendo máscaras N95, máscara cirúrgica e tyvec (EPI para os profissionais do SAMU). Também foram solicitados testes rápidos para Covid-19, equipamentos e material para o hospital de campanha, sendo respiradores, conexões e válvulas.
Na ocasião, foi apresentada uma estimativa do custo adicional para o enfrentamento do novo coronavírus relacionada aos recursos financeiros de aporte do governo federal destinados aos bolsistas da Escola de Saúde Pública no valor de R$ 30 milhões (cerca de R$ 5 milhões/mês – 6 meses) e mais R$ 42 milhões destinados a equipamentos, medicamentos, insumos e serviços do Hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes.