O prefeito Arthur Virgílio Neto se manifestou nesta sexta-feira, 6/3, sobre o recente anúncio do presidente Jair Bolsonaro em estudar a criação de uma zona franca no arquipélago do Marajó, no Estado do Pará. Árduo defensor da Zona Franca de Manaus, o chefe do Executivo da capital do Amazonas voltou a dizer que o modelo precisa de incentivos urgentes e vê como preocupante a possibilidade.
“Se o presidente diz que vai criar uma zona franca em algum lugar, aí passa a ser motivo de preocupação, primeiro pela proximidade que essa região tem com o mar, que é a chave para baixar custos e levar vantagem na concorrência conosco. Sou contrário a isso. A Zona Franca de Manaus se incorporou ao patrimônio econômico do Estado e não deve ser reproduzida, só cabe uma no Brasil e está aqui em Manaus”, declarou Arthur.
Na última terça-feira, 3/3, Bolsonaro disse que a criação da zona franca em Marajó funcionaria a partir de uma série de isenções de impostos federais para a comercialização de produtos e que isso foi sugestão do próprio governo do Pará. Em coletiva à imprensa, na sala de reunião de seu gabinete na sede da Prefeitura de Manaus, bairro Compensa, zona Oeste, o prefeito de Manaus respondeu que é justamente o funcionamento do parque industrial amazonense que garante a preservação de boa parte da Floresta Amazônica em pé e que há de se ver outras formas de incentivo a outros locais da federação.
“A primeira atitude que um homem público sensato deve tomar é de se acautelar e procurar explicar ao presidente e sua equipe econômica, de maneira madura, a inviabilidade de um projeto assim e até perguntar o que ele quis dizer com isso. Pode ter sido só conceder incentivos e nada mais. Então, não vejo motivo para precipitações, mas vejo para alerta. Se isso acontecesse, seria muito nocivo à Zona Franca de Manaus. A ilha de Marajó merece sim apoio, mas não em forma de zona franca”, ponderou Arthur Virgílio. “Se lutamos tanto para manter uma zona franca, como vamos criar mais uma? Isso colide com a lógica. Conheço a equipe econômica e acho que eles não concordariam, apesar da última palavra ser do presidente”, complementou.