O presidente do PSDB-AM, Arthur Virgílio Neto, reafirmou nesta sexta-feira (28.5) que vai disputar as prévias do PSDB que indicará um candidato à presidência da República em 2022 e que acredita que o partido pode sim ser a primeira via na disputa presidencial. “Sou a favor das prévias, com voto universal, porque considero que é a forma mais correta e mais justa. Disputarei as prévias do jeito que elas vierem porque é importante que não percamos esse momento de promover uma inovação que outros partidos vão acabar copiando. Vamos fazer história, sendo novamente pioneiros”, afirmou.
Arthur Virgílio Neto, que é ex-prefeito de Manaus, ex-senador, ex-deputado federal, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e um dos fundadores do PSDB, participou do Painel Conversa Com os Presidenciáveis – “Prévias, Democracia e Partido: Para Onde Vamos”, mediado pela presidente nacional do PSDB-Mulher, Yeda Crusius. O painel foi transmito ao vivo pelo canal PSDB Brasileiras no YouTube (https://youtu.be/a9n1ik4O3KE).
Durante a conversa, Arthur falou sobre o que espera do partido, sobre a ascensão da mulher na política, sobre Amazônia, Forças Armadas, Relações Internacionais e economia, entre outros assuntos. Virgílio defende a necessidade de o pensamento sobre a social democracia ser reescrito a partir das discussões internas, por meio de um congresso nacional com os militantes. “Somos o Partido da Social Democracia Brasileira que precisa ser reformado, modernizado. E precisamos incluir nessa bandeira o parlamentarismo”, defendeu.
O presidenciável afirmou que o PSDB tem grande responsabilidade no cenário político atual, onde o extremismo prevalece. “Esse partido tem uma responsabilidade enorme, temos que buscar a união, ter capacidade articuladora de unir pessoas que venham se juntar conosco em uma primeira via. Estamos dispostos a dialogar e conversar, mas entendemos que o PSDB tem condições de apresentar um candidato e obter êxito”, afirmou.
Para Arthur Virgílio, o PSDB é um abrigo para a democracia plena e para os anseios mais nobres para os brasileiros. “Está na hora de o Brasil unir os brasileiros e enterrar o ódio, essa política de nós contra eles é ruim, nos faz danos. Temos que dialogar com os opositores da mesma forma que dialogamos com os que pensam como nós”, reforçou.
Arthur também falou sobre a ascensão da mulher na política e sobre a proposta defendida pelo PSDB-Mulher de participação paritária (50% de homens e 50% de mulheres) na composição de diretórios e na escolha de candidatos à eleição, como ocorre em países da América Latina como México, Chile e Costa Rica.
“Eu vi coisas horríveis ocorrerem no Brasil em relação à participação da mulher nas eleições, com desvio de recursos, com a mulher sendo usada como objeto. Tem que haver uma enorme união entre homens com cabeças progressistas e mulheres com a cabeça feita sobre os seus direitos. Eu penso o quanto seria bom para a democracia termos igualde efetiva entre homens e mulheres”, disse. “Lutar contra a ascensão da mulher é lutar contra a inteligência. Temos que lutar juntos por causas comuns”, avaliou Arthur.
O diplomata de carreira também fez críticas à diplomacia brasileira atual. “Nunca estivemos tão em baixa. Somos um país desacreditado. Tivemos um ministro das Relações Exteriores que foi o pior da história”, disse Arthur, defendendo que o Brasil tem uma importante função na política internacional. “Temos que ter um grande papel de solucionador de crises, respaldados pelos organismos internacionais. O Itamaraty tem que voltar a ser um lugar de excelência. A diplomacia ajuda no desenvolvimento, ajuda o país a crescer”, completou.
Sobre a Amazônia, Arthur Virgílio voltou a destacar a importância estratégica da região não só para o país como para o mundo e ressaltou a necessidade de investimentos em bionegócios com aproveitamento sustentável da biodiversidade e falou também do papel fundamental das Forças Armadas na manutenção e proteção das florestas em território brasileiro.
O presidenciável deixou claro alguns dos seus posicionamentos: “Sou contra o racismo, contra a homofobia e sou a favor de apertar a legislação contra o feminicídio”, destacou. Arthur também defendeu o projeto nacional de segurança pública, com foco no combate ao narcotráfico, e políticas públicas fortes para atender pessoas com deficiências. “Não vejo as pessoas com deficiência. Vejo o Estado como deficiente, porque não investe de verdade nisso”, avaliou.
O painel
O painel faz parte da agenda nacional do PSDB-Mulher visando às eleições majoritárias e proporcionais de 2022, que vão escolher presidente da República, senadores, deputados federais e deputados estaduais. A agenda prevê a realização de prévias partidárias para a escolha de quem deverá representar o PSDB na disputa presidencial. Quatro membros – Arthur Virgílio, João Dória, Tasso Jereissati e Eduardo Leite – já apresentaram seus nomes para a avaliação interna. As prévias estão inicialmente programadas para o dia 17 de outubro.
“O nosso presidenciável [Arthur], nós estamos juntos desde que comecei minha vida política, já no PSDB. Falar do Arthur Virgílio é falar de uma história do tamanho do PSDB”, afirmou a presidente do PSDB Mulher, Yeda Crussius. “Fui testemunha da sua luta pelas prévias já em 2018 e, agora, estamos construindo isso. “Isonomia é a palavra de ordem aqui, todos os candidatos às prévias terão o mesmo espaço”, completou.