O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), voltou a defender as reformas estruturais na economia do País, entre elas as reformas previdenciária e tributária. Arthur, no entanto, alertou que é necessário que o Governo Federal tenha um olhar diferenciado para a Zona Franca de Manaus principalmente em função do Imposto de Importação (II) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), hoje principais diferenciais de competitividade dos produtos da Zona Franca. “Se esses impostos forem extinguidos, como se fala a boca pequena, é necessário que se dê outras vantagens comparativas que garantam a competitividade da Zona Franca”, defendeu.
O prefeito voltou ao assunto, que já havia destacado em sua página nas redes sociais, durante entrevista à Rádio Difusora do Amazonas na manhã desta sexta-feira, 18/1. Ele insistiu que o modelo Zona Franca de Manaus está passando por um período caótico e que precisa ser reinventado com o apoio do Governo Federal. “A indústria de eletroeletrônicos tradicional está em declínio. Hoje, tudo isso está concentrado na palma da mão do consumidor, em um smartphone, por exemplo, precisamos buscar alternativas”, reforçou.
O prefeito lamentou que o polo de biodiversidade e as exportações não tenham sido suficientemente desenvolvidas como sustentação do modelo Zona Franca. “Hoje, temos apenas um modelo de substituição das importações, mas não uma política de exportação forte e substanciosa. O Centro de Biotecnologia está aí há 20 anos e não deu em nada, porque não deram a ele a importância devida. É necessário que se desenvolva e se integre ao modelo”, sugeriu o prefeito, destacando ainda outras medidas como o desenvolvimento da hidrovia do Rio Madeira para escoamento da produção e investimentos em tecnologia e comunicação, como o desenvolvimento da internet, por exemplo.
Arthur voltou a defender que a sobrevivência da Floresta Amazônica depende de que a Zona Franca seja levada a um modelo econômico forte que iniba a devastação. “A Zona Franca precisa que o Governo Federal entenda que é preciso protegê-la, mantê-la, trazer novos polos como a biodiversidade. Isso é fundamental para que possamos manter a nossa Floresta Amazônica, precisamos mantê-la em pé”, argumentou. Ele voltou a advertir que o mundo inteiro está de olho na governança sobre a Floresta Amazônica. “O mundo não vai entender uma política devastadora para ganhar dinheiro a curto prazo. Há risco, inclusive, de uma intervenção militar. É preciso inteligência, governança e entendimento”, afirmou.
“O Brasil precisa receber dinheiro por aquilo que não usa, por seus recursos não explorados”, observou o prefeito, como contrapartida para que o Brasil mantenha e amplie políticas públicas em defesa ao Meio Ambiente. “Não exploramos nossos recursos minerais e hídricos, não derrubamos nossas florestas e, portanto, não contribuímos para os danos ambientais mundiais. O mundo precisa entender isso e recompensar o país que está abrindo mão de muita coisa”, defendeu.