No início do século XX, o missionário luterano, Pedro Wagner, decide se aventurar na floresta Amazônica para encontrar uma tribo Desana que vivia isolada e convertê-la ao cristianismo. No entanto, ele acaba sendo arrastado para uma incrível jornada, na qual compreender a cultura do povo Desana é a chave para a sua sobrevivência.
Esse é o enredo do livro ilustrado “O Pajé e o Missionário”, uma aventura amazônica que aborda o choque cultural entre religiosos e indígenas ao mesmo tempo em que apresenta a rica cultura Desana de uma forma lúdica para o público de todas as idades.
A obra é fruto do edital Feliciano Lana Pimentel da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa com recursos da Lei Aldir Blanc e conta com 48 páginas ilustradas.
A autoria da história é de Ademar Vieira, que é jornalista, roteirista e quadrinista. Segundo ele, houve uma intensa pesquisa sobre a cosmologia e a mitologia do povo Desana para embasar a obra. “O povo Desana foi um dos poucos povos da Amazônia que registrou a sua cosmologia em livros, que hoje podem ser acessados com certa facilidade. Eu parti de livros como ‘Antes o Mundo Não Existia’, ‘A Origem da Noite’ e ‘Como As Mulheres Roubaram as Flautas Sagradas’ para criar o personagem do Pajé Tõrãmu, que nos apresenta a cultura do povo Desana”, contou Vieira.
Na história, o missionário Pedro e o Pajé Tõrãmu se tornam inimigos, até que brigam em terreno sagrado, enfurecendo a entidade Umukoamhsu Boreka, que os condena a ficarem perdidos na floresta, sem conseguirem achar o caminho de volta à aldeia. A partir daí, Pedro percebe que a única forma de sobreviver é se aliando ao pajé e isso passa por aprender o seu conhecimento milenar e sua leitura sobre a realidade amazônica. “Para mim, a obra vai além da divulgação da cultura indígena, é uma história sobre amizade e sobre tolerância religiosa, duas coisas que estão fazendo muita falta nos dias de hoje”, disse o autor.
A ilustradora Ana Valente conta que desenvolveu um estilo novo especialmente para o livro. “Desenvolvi ilustrações que misturam pintura digital com colagem de texturas. Essas texturas dão todo tipo de efeito, de superfícies rochosas a estampas de tecidos. Para finalizar, eu ajusto a iluminação e a tonalidade, de modo a deixar todos os elementos mais orgânicos”, explicou a artista.
Onde encontrar?
O Pajé e o Missionário está disponível para consulta nas duas principais bibliotecas públicas de Manaus: Biblioteca Pública do Amazonas, na Rua Barroso, Centro e Biblioteca Municipal João Bosco Evangelista, Centro. A obra também está disponível para a compra na Banca do Largo, localizada no Largo São Sebastião e também de forma online pelo Instagram dos artistas @ademar__vieira e @anavalente.art