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Banda de Ipanema mantém a irreverência e o escracho no pré-carnaval carioca

A irreverência, o escracho e as manifestações políticos voltaram a marcar o desfile da Banda de Ipanema,  uma das agremiações mais famosas do carnaval carioca – neste sábado, 27/01, aconteceu o  segundo esquenta da banda, uma espécie de ensaio aberto. Frases pontilhadas de bom humor como “Me Atirei no Pau do Gato” e o jargão mais repetido no país –, Fora Temer –, foram exibidos em faixas e cartazes.

A concentração teve início por volta das 16h, quando milhares de foliões começara a chegar à rua jangadeiros, na Praça general Osório. Por volta das 18h a multidão já podia ser calculada em mais de 8 mil pessoas. Este ano a Banda de Ipanema homenageia o cantor e compositor Martinho da Vila, com direito a uma foto e uma caricatura do artista na camiseta oficial, que destaca também os 54 anos da banda.

A som de marchinhas históricas de antigos carnavais, compostas por Lamartine babo, João Kelly e Braguinha,  moradores do bairro famoso, turistas estrangeiros e blocos de travestis ricamente fantasiados, cantaram e dançaram durante todo o percurso, quando foram lembradas, também, alguns sucessos do ” síndico” Tim Maia.

A banda desceu toda a Viera Souto até chegar à igreja Nossa Senhora das Paz, na avenida Visconde de Pirajá onde, como é tradição, parou e silenciou para ouvir, no pistão, o solo de “Carinhoso”, a música imortal de Pixinguinha. Trata-se de  uma manifestação de respeito ao compositor que morreu em frente à igreja. este é um momento de poesia e emoção na banda mais irreverente do país.

“Yolhesman Crisbelles”

Mantendo a tradição, a banda também exibiu a faixa com a frase “Yolhesman Crisbelles”, um dístico criado pelo poeta Albino Pinheiro, um dos fundadores da banda,  em 1965 e utilizado na faixa de abertura do bloco de carnaval.  Foi inspirado em um pregador evangélico que atuava nos arredores da Central do Brasil, que segundo ele seria o nome do anjo que anunciará o Juízo Final.

Durante o regime militar, agentes das Forças Armadas acreditavam que o nome “Yolhesman Crisbelles”  significasse algo contra o regime. Entretanto, o nome não tem significado. Atualmente o nome é utilizado pelo colunista Augusto Nunes do Jornal do Brasil no Troféu Yolhesman Crisbelles, dedicado a frases ou acontecimentos absurdos ou sem sentido. (Rio de Janeiro)

 

 

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