Ir para o conteúdo

Barco voador e hovercraft: O Globo mostra as apostas do empresário Denis Minev para o futuro floresta

O primeiro hovercraft deve ficar pronto ainda em 2025 e será doado ao Corpo de Bombeiros do Amazonas.

Volitan, barco voador desenvolvido pela Aeroriver — Foto: Divulgação

O empresário Denis Minev é um dos maiores investidores em startups do Amazonas. Junto com a irmã ou por meio da Bemol, ele tem um portfólio de 33 startups que desenvolvem soluções tecnológicas para problemas da região — da logística ao crédito. A empresa é também grande apoiadora do Impact Hub de Manaus, espaço de coworking e aceleração de startups. A matéria é do Jornal O Globo.

O mais novo investimento dos Minev é em uma startup que está desenvolvendo um Hovercraft, veículo que se apoia em um colchão de ar e pode navegar em águas rasas e até mesmo sobre a lama. A tecnologia pode ser essencial para enfrentar as secas no Amazonas. — Quando o rio seca, para acessar muitas dessas cidades é preciso enfrentar 100 metros de lama. Impossível entregar qualquer coisa nessas localidades — diz Minev.

O primeiro hovercraft deve ficar pronto ainda em 2025 e será doado ao Corpo de Bombeiros do Amazonas. A depender do impacto das mudanças climáticas, o Hovercraft pode ser um negócio promissor. — O problema é que gasta muito combustível e não sabemos se será um produto de nicho, para emergências — diz.

Minev também apoia o desenvolvimento de um barco voador, da Aero River, startup fundada por estudantes do ITA e que se propõe a ser uma solução para o transporte de passageiros e carga nos rios do Amazonas. Em agosto, a startup recebeu aporte de R$ 10 milhões do Finep.

Outra investida, a NavegAM, é uma espécie de ClickBus para barcos. A digitalização da venda de bilhetes está promovendo uma mudança na cultura local, com o estabelecimento de horas fixas para a saída das embarcações. Tradicionalmente, a maioria dos operadores espera o barco encher pra partir — e o passageiro pode ficar horas esperando.

"O problema é que gasta muito combustível e não sabemos se será um produto de nicho, para emergências", diz Denis Minev

A bioeconomia também está contemplada no portfólio: uma farmacêutica que desenvolveu um antiinflamatório a partir do urucum e que hoje fatura R$ 500 mil por mês.

CRÉDITO E FIBRA ÓPTICA

A Bemol já oferece wi-fi em 80 lojas da rede e investiu em uma empresa de rede de fibra óptica para levar internet para o interior do Amazonas, inicialmente como uma ação ESG. Mas o negócio entrou para o ecossistema da Bemol e hoje clientes fieis ganham desconto na assinatura — e movimentam o e-commerce.

A startup de maior valuation do portfólio de Minev é a UME, que recebeu em agosto um aporte de R$ 80 milhões do PayPal, sendo avaliada em R$ 300 milhões. A UME nasceu dentro da Bemol, criada por professores da Universidade Federal de Manaus, e usa machine learning para prever risco de crédito em situações em que o volume de informação do cliente é baixo. A Bemol já emprestou para 3,5 milhões de clientes — quase a metade da população da Amazônia Ocidental — nesse modelo. Sem saber o risco, a empresa empresta R$ 150 para qualquer cliente, já esperando que um terço vai virar perda. Com os demais, a empresa vai construindo um relacionamento. — Tem cliente que um ano e meio depois está pagando R$ 25 mil em crédito — diz. Dívidas abaixo de R$ 300 a empresa nem negativa.

Publicidade BEMOL
Publicidade TCE
Publicidade Parintins
Publicidade UEA

Mais Recentes