O aumento da frequência e da intensidade de secas e cheias na Amazônia está impondo pressões crescentes sobre a fauna e a flora do bioma. Os efeitos sobre diferentes espécies ainda são pouco compreendidos e estarão no centro da próxima edição dos Seminários da Amazônia, promovida pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
O convidado será o professor Fabricio Baccaro, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que ministra a palestra “Resiliência e vulnerabilidade da biodiversidade a extremos climáticos na Amazônia Central”, nesta quinta-feira (28), às 16h, no Centro de Convivência do Inpa.
Efeito “caixa d’água” da floresta
Entre os pontos que Baccaro pretende discutir está o chamado efeito seguro, mecanismo ecológico comparado a uma “caixa d’água” natural. Em períodos de chuva intensa, parte da água infiltra no solo e recarrega o lençol freático, funcionando como uma reserva liberada gradualmente durante a estiagem. Esse processo ajuda a manter a umidade do solo e reduz os impactos das secas em comunidades biológicas.
Segundo o pesquisador, que coordena há mais de duas décadas o projeto de longa duração Impactos Antrópicos no Ecossistema de Floresta Tropical – Sítio Manaus (PELD-IAFA), instalado na Reserva Florestal Adolpho Ducke, o efeito seguro atua como uma “almofada de segurança” para grupos como palmeiras, formigas, aves de sub-bosque e peixes, especialmente quando observados em séries temporais de longo prazo.
Debate aberto
Os Seminários da Amazônia ocorrem quinzenalmente, sempre às quintas-feiras, reunindo pesquisadores e estudantes para debater avanços e desafios da ciência na região. A participação é gratuita e aberta ao público, mas não há transmissão online.
