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“BR-319: Vidas na Lama” revela vidas esquecidas pela omissão do poder público

Produção inédita, lançada nesta segunda-feira (29), denuncia descaso, mas também revela a força e a solidariedade de quem vive às margens da rodovia

Deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), Joel Silva e o empresário Matheus Garcia - Foto: Larissa Martins

No coração da Amazônia, onde o barro engole carros e a floresta engole promessas, nasce o documentário “BR-319: Vidas na Lama”. Resultado de um projeto do deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) e do empresário Matheus Garcia, o filme percorre mais de 4 mil quilômetros para mostrar, sem filtros, a realidade da única ligação terrestre entre Manaus e o restante do país.

A obra que teve primeira sessão na tarde desta segunda-feira (29), para a imprensa manauara, expõe a realidade de comunidades que vivem em isolamento, sem acesso a saúde, educação, água potável ou transporte digno. Famílias que perdem parentes por falta de atendimento, caminhoneiros que veem sua carga e sustento apodrecerem no atoleiro, ribeirinhos que bebem da mesma água em que despejam esgoto.

“Muita gente fala da BR-319 sem nunca ter colocado os pés lá. Nós fomos, ouvimos e registramos o que acontece com quem depende dessa estrada todos os dias. Não é só lama e buraco: é gente que perde parente porque a ambulância não consegue passar, é criança que cresce sem acesso a escola ou posto de saúde. Esse documentário é a forma que encontramos de amplificar essas vozes. Porque essas pessoas não podem ser esquecidas, e agora, pelo menos, suas histórias ficam eternizadas”, enfatizou o deputado.

O documentário evidencia que a BR-319 não é apenas um debate sobre asfaltamento: é um símbolo da negligência estatal, das vidas invisibilizadas e do custo humano da omissão.

Mas, em meio à lama, o filme encontra também a solidariedade com histórias de caminhoneiros, comunidades e viajantes que, mesmo sem apoio, se ajudam mutuamente para sobreviver na estrada. Histórias como a de Joel, o “sentinela da BR”, homenageado durante a coletiva de imprensa, que transformou sua dor em missão, monitorando trechos e salvando motoristas, dão rosto e voz à resistência de quem insiste em não ser esquecido.

“Cada acidente que acontece na BR-319 representa famílias impactadas, trabalhadores que perdem dias de serviço, pessoas que deixam de chegar a um atendimento médico ou até mesmo histórias interrompidas de forma trágica. A precariedade da rodovia não pode continuar colocando em risco quem depende dela para viver e se deslocar”, destacou Matheus Garcia.

Com narrativa envolvente, registros autênticos e depoimentos fortes, “BR-319: Vidas na Lama” não se contenta em denunciar: provoca o público a questionar, longe dos clubismos ideológicos, a necessidade de pensar uma rodovia que ligue mobilidade e sustentabilidade.

SINOPSE

Em “BR-319: Vidas na Lama”, Amom Mandel e Matheus Garcia percorrem uma das rodovias mais perigosas e abandonadas do Brasil - a única ligação terrestre entre Manaus e o restante do país. Durante dias de viagem por buracos, atoleiros e pontes improvisadas, o documentário mostra que a BR-319 não é apenas uma estrada esquecida pelo Estado: ela é um símbolo de tudo que está errado na forma como tratamos a Amazônia e quem vive nela.

Com um olhar humano e crítico, Amom expõe o cotidiano de quem depende dessa estrada para trabalhar, buscar atendimento médico ou simplesmente sobreviver. Vidas que se perdem por falta de transporte para o hospital. Ônibus que atolam e capotam. Caminhoneiros que dormem ao lado do perigo. E uma pergunta que ecoa a cada curva: por que ainda tratamos isso como normal?

Não é só sobre buracos na estrada. É sobre buracos no orçamento, na responsabilidade pública, na empatia política.

“BR-319: Vidas na Lama” não é um pedido. É uma denúncia. E também um convite: venha ver com os próprios olhos o que muitos fingem não ver.

Conduzido pela jornalista, roteirista e documentarista Lúcia Leão, o documentário ganha ainda mais força narrativa. Com quatro décadas de experiência em telejornalismo, produção audiovisual e gestão de equipes, Lúcia tornou-se referência na comunicação. Sua contribuição foi essencial para dar sensibilidade, profundidade e propósito à obra.

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