É verdade, tem muito candidato a prefeito criticando duramente o sistema de transportes coletivos de Manaus. E não estão mentindo. Realmente a rede de transporte público deixa muito a desejar. Mas aí tem um problema. Alguns desses candidatos – os mais vorazes críticos –, já passaram pela cadeira de prefeito e nada fizeram para mudar o quadro. Ou goram derrotados por um sistema arcaico, viciado e ultrapassado.
Alfredo Nascimento (PL) chegou a ensaiar uma revolução no sistema, lançando o Expresso construindo 13 plataformas, trazendo ônibus articulados com ar-condicionado e criando corredores exclusivos.
Pagou a conta?
Quando Alfredo deixou a prefeitura para ser ministro dos Transportes no governo Lula, o expresso foi pro “brejo”. O que pipocou na imprensa foi que o Expresso foi construído por Alfredo, pago por Serafim Corrêa (PSB) e abandonado por Amazonino Mendes (Podemos).
Estação fantasma
As plataformas de aço enferrujaram e começaram a desabar, em total escuridão, ganhando o apelido de “estação fantasma”. Os ônibus foram descobertos por este repórter apodrecendo no meio de uma floresta em um sítio da Zona Leste.
Tema da Bica
Por conta do descaso, o Expresso de Alfredo caiu na galhofa. Virou tema da Banda Independente da Confraria do Armando (BICA) – “Estresso 171”.
“Ai, Alfredo Nascimento/ o teu Estresso é pior do que jumento/ É tal do estresso 171/ Vai da casa do Carvalho pra lugar nenhum...” – dizia a bem humorada letra da marchinha de carnaval.
Herança maldita
Arthur Virgílio assumiu a prefeitura pela segunda vez em 2012, teve que investir R$ 1 milhão para recuperar as 13 plataformas que integravam o sistema Expresso – que estavam desabando –, com vistas aos jogos da Copa do Mundo de 2014 em Manaus.
BRS
Virgílio mudou também nomeclatura, rebatizando o sistema de Bus Rapid Service (BRS). Entretanto, Arthur admite que uma de suas piores frustrações foi não ter conseguido implantar o BRT em Manaus por muitas questões, a maior delas financeira. Mesmo assim, Arthur está deixando terminais novos e parte da frota revitalizada.
Mazoca entrega
Vamos a Amazonino Mendes que andou alardeando por aí ter resolvido o problema de transportes coletivos em sua última administração na prefeitura.
— Nós chegamos a colocar 1,2 mil ônibus novos em Manaus [de 2009 a 2012 –, disse Mazoca em entrevista à Rádio BandNews Difusora em 9 de outubro de 2020
Exagerado
A agência Lupa, que analisou até onde o candidato dizia a verdade constatou que ele foi “exagerado”. “Manaus recebeu, entre os anos de 2009 e 2012, 881 ônibus novos, e não 1,2 mil”. Segundo Lupa, Os dados são referentes à última passagem do candidato pela prefeitura de Manaus e foram divulgados pela própria gestão municipal.
A verdade
Na época, a prefeitura lançou um edital exigindo a entrada de 858 ônibus novos, o que representaria a renovação de 50% da frota na capital, que contava com 1,7 mil coletivos.
BRT foi papo furado
Concebido em 2009 na gestão do então prefeito Amazonino Mendes, o BRT (Bus Rapid Transit) de Manaus foi outra longa novela, que chegou ao fim na administração de Arthur. Em 2010, o prefeito Amazonino Mendes contratou a empresa Vetec Engenharia por R$ 11.948.601,83 pra tocar a obra. A empresa ficou responsável por prestar serviços de engenharia e consultoria para os estudos de planejamento. A função incluiu a elaboração de um projeto funcional e projeto básico do BRT.
Não fez, não entregou
Apesar da boa intenção, a da ousadia que marcam as administrações de Amazonino, o projeto não saiu do papel e do lero-lero”. Hoje o slogan da campanha do Negão é “Amazonin o faz, Amazonino entrega”.
A bronca do Zé 13
Aliás, durante debate realizado na TV Norte, o candidato do PT, Zé Ricardo, voltou ao tema transporte coletivo. Sem citar nomes, acusou que sucatearam o sistema e ainda perderam os recursos da Copa, de quase R$ 1 bilhão.
— Eu vou atrás de recursos, por meio da Agência de Desenvolvimento Municipal, e vou melhorar a infraestrutura desta cidade –, avisou Zé 13.
Bolsa universidade
David Almeida (Avante) pretende investir pesado no ensino universitário, caso chegue à prefeitura. O ex-governador disse que vai fortalecer os programas Bolsa Universidade, Bolsa Idiomas e Bolsa Pós-Graduação para proporcionar aos jovens a possibilidade de uma melhor qualificação.
Melhor salário do país
O candidato do Avante quer trabalhar para pagar o melhor salário dos professores do ensino básico, mas também vai querer o melhor ensino, cobrando metas e resultados e premiar o mérito.
— Vamos pagar o melhor salário do Brasil para os professores, mas também vamos querer o melhor ensino. Vamos cobrar metas e resultados e premiar o mérito.
Memorial do Encontro das Águas
O Memorial Encontro das Águas – que já foi anunciado em administrações passadas mas nunca saiu do papel –, voltou a der foco na campanha à prefeitura.
O candidato Ricardo Nicolau (PSD) prometeu que Ponta das Lajes, no bairro Colônia Antônio Aleixo, terá atenção especial em sua prefeitura.
— É uma pena que entra prefeito e sai prefeito e os projetos não têm continuidade. Acho que as boas ideias precisam ser aproveitadas.
Projeto do Niemeyer
Nicolau lembrou que o projeto do Oscar Niemeyer, um dos seus últimos em vida – concebido para o então prefeito Serafim Corrêa –, pode virar um grande case turístico para Manaus.
— Vamos estudar a melhor maneira de conseguirmos tirar do papel e colocar em prática um projeto que pode mudar a história do turismo em Manaus –, completou.
Loteria no Amazonas
O deputado Adjuto Afonso (PDT) está cobrando a regulamentação das Leis Estaduais 2813/2003 e 2460/1997, que liberam os Estados a criarem suas loterias.
Adjuto aposta
O parlamentar encaminhou imediatamente um Indicativo ao Executivo, solicitando ao
governador Wilson Lima (PSC), a criação da primeira Loteria do Estado do Amazonas (Loteam).
Por uma boa causa
Como reza as leis, parte do lucro obtido será destinado a ações sociais, enquanto o restante será investido na prática do desporto profissional e amador.
Dilma inocentada
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Economia, inocentou a ex-presidente da República, Dilma Rousseff (PT), das acusações levantadas pela Operação Lava Jato.
Dilma e acusada de envolvimento em irregularidades na construção dos dois maiores projetos da petroleira, a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
ÚLTIMA HORA
Depois da torcida explícita do presidente Jair Bolsonaro pela reeleição do presidente norte-americano Donald Trump, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira que uma vitória do candidato democrata Joe Biden não atrapalhará o crescimento do Brasil. Se até a quinta Bolsonaro se apegava à máxima de que "a esperança é a última que morre", como chegou a dizer a apoiadores, Guedes foi um dos primeiros integrantes do governo a admitir que a vitória do democrata é iminente, como mostram as apurações dos votos nos EUA. “Havendo a mudança nos Estados Unidos eventualmente, e parece que os dados indicam que está próximo isso acontecer, não afeta a nossa dinâmica de crescimento. O Brasil vai crescer independentemente do que acontecer lá fora –, afirmou o ministro.
Em sua fala, Guedes voltou a usar a metáfora de uma festa para se referir ao cenário geopolítico e disse que Estados Unidos e China vinham "dançando de rosto colado" há muitos anos. "O Brasil chegou atrasado, já estava todo mundo bêbado. Nós estamos dançando com qualquer um, queremos dançar com todo mundo", completou.
ORGULHO
Uma cachorrinha pegou carona no para-choque de uma ambulância pra não se separar do dono. O flagrante inusitado no trânsito foi feito por um motorista da cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. O tutor da cachorrinha desmaiou na rua enquanto passeava com ela e precisou de atendimento de emergência. Ao longo do caminho para o hospital, os paramédicos perceberam a situação e deixaram que ela entrasse na ambulância. Mas quando chegaram, a fiel escudeira teve que aguardar do lado de fora. A boa notícia é que o homem teve alta, passa bem e eles estão juntos novamente.
VERGONHA
O novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques, indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro, assumirá a relatoria do caso das “rachadinhas” no Rio de Janeiro. O processo é parte de uma ação direta de inconstitucionalidade apresentada pelo partido Rede Sustentabilidade contra o foro privilegiado concedido pelo Tribunal de Justiça do Rio ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A relatoria do caso estava sob o comando do ex-ministro Celso de Mello, mas, com a aposentadoria do ministro, acabou ficando com o nome que o substituiu: Kassio Nunes. Esse será o primeiro teste à independência de Kássio Nunes Marques no STF. Escolhido por Bolsonaro com o apoio de políticos do centrão, que tem diversos investigados na Lava-Jato, ele é apontado como de perfil garantista. Na sua sabatina no Senado, negou que tivesse relação próxima de Bolsonaro.