O cacique bolsonarista José Acácio Serere Xavante, acusado de atos antidemocráticos, vai continuar preso, segundo decisão da Justiça em audiência de custódia. Ele foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda.
A prisão temporária de Xavante, ocorrida na segunda-feira, pela Polícia Federal, foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado acatou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com o órgão, o cacique integrou o grupo que invadiu a sala de embarque do Aeroporto Internacional de Brasília, no último dia 2. Ele também convocou pessoas armadas para tentar impedir a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Xavante estaria sendo financiado pelo fazendeiro paulista, Dide Pimenta, que tem propriedade em Campinápolis (MT). Na região, está demarcada a Terra Indígena Parabubure, na qual vive parte da população Xavante e a família do cacique.
Ele não tem a função de cacique na aldeia. Na verdade, quem comanda o local é o cacique Celestino. Interlocutores da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) explicam que o indígena não é tradicional. Casou-se há seis anos com uma mulher não indígena e atua como pastor evangélico. A conversão religiosa ocorreu após ser preso por tráfico de drogas.
Rafael Weree, membro da população Xavante e presidente nacional do Movimento Indígena do PDT, enfatizou que o povo xavante é a favor da democracia e repudiou as ações do cacique.
Fonte: Correio Braziliense