A atual edição da IstoÉ incomodou ao menos um integrante do primeiro escalão do governo federal. Ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD) externou publicamente o que pensa a respeito da decisão tomada pela publicação semanal mantida pela Editora Três — que compara o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao nazista Adolf Hitler, além de chamá-lo de “genocida” e “mercador da morte”. Para o aliado do mandatário brasileiro, a capa desta semana da revista é “criminosa e inescrupulosa”.
O titular do Ministério das Comunicações enfatizou que repudia o material que circula nas bancas e nas redes sociais desde a última sexta-feira, 15. “Estamos em processo de pacificação e somos surpreendidos com essa capa asquerosa. Que os órgãos competentes adotem as medidas legais cabíveis!”, afirmou Faria em seu perfil no Instagram (e também via Twitter), dando a entender que espera que a revista seja punida pelo material crítico a Bolsonaro. Até o momento, a postagem conta com quase 30 mil curtidas e 8 mil comentários.
Diferentemente de Fábio Faria, Jair Bolsonaro não comentou — ao menos até o fim da manhã deste domingo, 17 — a matéria de capa da IstoÉ. No decorrer dos últimos dias, ele tem utilizado as redes sociais para enfatizar ações realizadas pelo seu governo. Destacou, por exemplo, repasses bilionários para unidades básicas de saúde (UBSs) e investimentos em UTIs e em tratamentos precoce contra o câncer de mama.
A matéria da IstoÉ sobre Jair Bolsonaro
Disponibilizada também na internet, a matéria de capa da atual edição da revista IstoÉ é assinada por Marcos Strecker e Ricardo Chapola. Além de apresentar Jair Bolsonaro como se fosse o líder nazista Hitler e chamá-lo de “genocida” e “mercador da morte”, o título interno da reportagem define-o como “arquiteto da tragédia”. O conteúdo em si do material foca no relatório que deverá ser apresentado nos próximos dias pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia. Informa-se, por exemplo, que o presidente da República deverá ser “enquadrado por 11 delitos”. Na lista, estão publicidade enganosa, charlatanismo e homicídio doloso.