O centro de Manaus foi tomado por manifestantes na manhã deste domingo (21) em protesto contra a chamada PEC da Blindagem e com o lema “sem anistia” para envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
O ato teve início na avenida Getúlio Vargas, seguiu pela avenida Sete de Setembro e se concentrou na avenida Eduardo Ribeiro, onde diversas pessoas se revezaram no microfone do carro de som para fazer discursos e dar recados às autoridades.
Cartazes e faixas com frases como “Sem anistia para golpistas” e “Não à PEC da bandalheira” estiveram por todo o percurso. Entre as principais reivindicações, os participantes pediram que não haja anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e reforçaram a cobrança contra a proposta que tramita no Congresso.
Durante toda a manifestação, os cinco deputados federais do Amazonas que votaram a favor da PEC foram mencionados repetidamente: Adail Filho (Republicanos), Capitão Alberto Neto (PL), Fausto Santos Jr. (União Brasil), Pauderney Avelino (União Brasil) e Silas Câmara (Republicanos).
Manaus foi às ruas contra a PEC da Blindagem e a anistia. O recado é claro: deputados federais que são a favor desta pouca vergonha não passarão!
— Mário Adolfo Filho (@marioadolfo) September 21, 2025
O POVO É CONTRA A ANISTIA E CONTRA A PEC DA BLINDAGEM! pic.twitter.com/eDFpFVK7Ts
Contexto da PEC e da Anistia
Apelidada de PEC da Blindagem, a proposta em discussão no Congresso busca ampliar prerrogativas parlamentares e alterar regras que, segundo críticos, podem dificultar investigações e punições a políticos. Organizações da sociedade civil, sindicatos e movimentos sociais têm organizado atos em todo o país para pedir a rejeição da medida.
Segundo a advogada e ativista social, Alessandrine Silva, esta é uma demonstração que a população de Manaus não concorda com o que tem feito a Câmara dos Deputados. "Não dá pra concordar com parlamentares querendo se proteger e não serem investigados mesmo se cometerem crimes. É um abuso. Estamos aqui pra dizer que estamos atentos a eles. Não aceitamos", afirmou.
O presidente do PCdoB no Amazonas, Yann Evanovick, disse que Bolsonaro, além de não receber a anistia, também deve começar, em breve, a responder pelos crimes cometidos durante a pandemia de Covid-19.
"Em nenhum momento demonstrou compaixão pelas pessoas. Nós não vamos desejar mal, mas ele vai pagar e vai pagr caro por cada um e por cada uma que foi abandonado", afirmou, de cima do carro de som.