Reportagem apurada pelo G1, com base nos números do Ministério da Saúde, mostra que dos profissionais inscritos no programa Mais Médicos para o Amazonas, menos de 30% já se apresentaram para trabalhar. No Estado, 322 oportunidades foram abertas, e – apesar de 312 médicos inscritos – apenas 95 se apresentaram em seus locais de trabalho. Os dados são do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS-AM).
Nos 60 municípios com 230 vagas ofertadas, 225 médicos fizeram inscrição para trabalhar no lugar dos profissionais cubanos. Ainda assim, até a última divulgação dos números, apenas 91 médicos se apresentaram para começar a atuar.
Ao todo, 58% dos médicos inscritos não foram até seus respectivos postos de trabalho. De acordo com o COSEMS, 131 ainda não se apresentaram e três desistiram da inscrição.
As desistências ocorreram nos municípios de Itacoatiara e Careiro, ambos na Região Metropolitana de Manaus. Em 23 municípios, nenhum dos profissionais cadastrados apareceu para trabalhar.
A situação mais preocupante se encontra nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) no Amazonas. Em dezembro, o G1 mostrou que uma área com 17 mil indígenas e 120 aldeias estava na lista dos distritos que concentravam quase 60% das vagas não ocupadas pelos médicos. O DSEI de Parintins contava, na época, com somente um médico.
Segundo os dados divulgados nesta terça pelo Ministério da Saúde, dos nove médicos que se inscreveram para atuar neste distrito, nenhum se apresentou.
O Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus teve todas as dez vagas preenchidas durante o período de inscrição e foi o único que recebeu médicos para trabalhar. No entanto, até esta terça, apenas quatro se apresentaram.
m nota, o COSEMS-AM afirmou que os municípios e Distritos de Saúde Indígena podem ficar sem recursos federais por falta de médicos.