Equipes da Amazonas Energia identificaram a existência de “gatos” (ligações clandestinas) de luz em uma chácara, no Tarumã, na zona Oeste, e em uma fábrica de gelo localizada no bairro Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus.
Na sexta-feira passada (5/5), foi realizada inspeção técnica em uma chácara, estilo mansão, que fica no ramal Vila Decim, antigo ramal da Floresta. Técnicos da concessionária constataram que uma subestação de 112,5 kVA estava ligada sem medição na rede de média tensão, configurando uma ligação ilegal.
O imóvel sequer possui cadastro junto à Amazonas Energia, não sendo uma unidade consumidora formal. O responsável pela manutenção do imóvel, que preferiu não se identificar, informou que naquele local está sendo construída uma chácara de alto padrão. O proprietário seria um grande empresário de Manaus, cujo nome não foi revelado. Segundo a pessoa ouvida pela concessionária, a ligação clandestina existe há pelo menos dois anos.
A equipe da Amazonas Energia desconectou a subestação por meio da retirada das chaves que estavam ligadas para transferir a energia da rede pública para o imóvel irregularmente, sem pagar pelo serviço e produto. Foi aberto um Boletim de Ocorrência para comunicar o crime de furto de energia, que será apurado pelo 20º Distrito Integrado de Polícia (DIP), localizado no bairro Tarumã.
A fraude na fábrica de gelo foi descoberta durante inspeção realizada por técnicos da concessionária no último dia 9 de maio. Foram constatados dois desvios, sendo que um derivava diretamente do poste. O outro ficava na lateral do imóvel. Identificou-se que a Unidade Consumidora estava excedendo o limite máximo permitido para clientes de baixa tensão (75 kW). A ligação clandestina ocasionou prejuízo de R$ 700 mil.
O representante do estabelecimento, cujo nome também não foi divulgado, acabou sendo detido por furto de energia e encaminhado à Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd) para prestar esclarecimentos.
Vidas em risco
A concessionária ressalta que a prática de ligações clandestinas, desvios e fraudes na medição de energia sobrecarrega os transformadores, bem como a rede de distribuição de energia elétrica. “A irregularidade afeta o serviço de distribuição às pessoas que pagam suas contas corretamente, além de ocasionar curtos-circuitos que colocam em risco a vida dos amazonenses”, reforça Radyr Gomes, diretor Institucional e Técnico do Interior da Amazonas Energia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) considera, nos cálculos da tarifa de energia, as perdas por irregularidades/fraudes, ou seja, quanto maior a perda em uma região, maior o impacto na tarifa definida para todos. E, com isso, o bom cliente acaba pagando pelo furto praticado por terceiros.
De acordo com Radyr Gomes, as ligações clandestinas no Amazonas são feitas de forma pulverizada, em residências, condomínios, indústrias e comércios. “O efetivo combate ao furto de energia somente é possível com o envolvimento de toda a sociedade, inclusive autoridades dos governos estadual e municipal”, ressalta.
O furto de energia e a fraude de medidores são tipificados como crime nos termos do código penal brasileiro, artigos 155 e 171, além de serem passíveis de penalidades administrativas, pois ninguém está isento de cumprir a lei.
Denúncias
Denuncie pelo telefone e WhatsApp 0800 701 3001 e também pelo site amazonasenergia.com ou no App da concessionária de energia. Todas as denúncias de ligações clandestinas que chegam ao conhecimento da Amazonas Energia são apuradas. Em mais de 80% dos casos, são comprovadas as irregularidades.