Convidado para um debate sobre economia e mercado financeiro com alguns dos principais investidores do grupo CM Capital, o ex-senador, ex-prefeito de Manaus e presidente do PSDB no Amazonas, Arthur Virgílio Neto, pré-candidato às prévias partidárias, defendeu uma política econômica mais liberal ao país, priorizando as macrorreformas, as privatizações e concessões onerosas, além de maior autonomia para equipe econômica.
Segundo Virgílio, o primeiro passo do novo presidente – “que será do PSDB”, brincou – deve ser recuperar a imagem do país. “O PSDBtem o troféu do ajuste fiscal e, sem dúvida, foi o partido que mais contribuiu para economia deste país, alcançando grande reconhecimento da política externa”, destacou durante videoconferência, realizada na sexta-feira (25.8).
Questionado sobre os rumos das próximas eleições e a polarização em torno do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT), Arthur disse que os eleitores já dão sinais de que não se deixarão levar pelos extremismos. “Chega dessa coisa de direita e esquerda, nenhuma estrada é reta e nada de bom vem de movimentos extremistas. O Brasil, neste momento, não precisa de lados, de divisão. A hora, agora, é de união em torno de um forte projeto de recuperação da economia do país, com mais emprego, mais parcerias com pessoas que acreditem no Brasil, controle da inflação e do déficit primário”, evidenciou.
Para Virgílio, que é diplomata e foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo de Fernando Henrique Cardoso, o PSDB precisa se reinventar e recuperar sua essência parlamentarista, trazendo à tona o conceito de uma nova social-democracia.
“Quero assumir a cara capitalista do PSDB, precisamos assumir uma economia de mercado, claro que evitando os monopólios e oligopólios. Quero um Estado livre de penduricalhos, com fortes agências reguladoras. Fazer economia de verdade, sempre debaixo do mantra sagrado que é a Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou Arthur.
Por fim, Arthur Virgílio encerrou o debate levantando uma bandeira que sempre pautou sua vida pública, desde seu primeiro mandato como deputado federal, ainda em 1983: a Amazônia. “Esse, sem dúvida, será tema constante nas discussões que teremos pelas prévias partidárias. Quero chamar atenção para Amazônia, o mundo já reconhece a importância do maior banco genético do mundo para o futuro da humanidade, mas o Brasil, infelizmente, insiste no caminho contrário. Não quero falar de Amazônia de maneira lírica, apesar de ser apaixonado por ela, mas de forma muito prática, como a última fronteira de desenvolvimento sustentável para o país e dona de um potencial trilionário”, concluiu.
O grupo CM Capital desenvolve atividades de brokeragem (ou consultoria e intermediação) monetária e de capitais na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, sendo eleita a melhor instituição de investimentos do país, em 2020. O grupo tem realizado o encontro de possíveis candidatos à presidência da República com seus investidores, como Goldman Sachs, Itaú, Santander, Bradesco, Morgan Stanley, Merryl Linch, Safra, entre outros. A mediação é do cientista político, professor e advogado, Rafael Favetti; e do economista Alexandre Almeida.