Adotado por bares e restaurante de Manaus durante a pandemia de Covid-19, o cardápio QR Code se mantém até os dias atuais nos estabelecimentos, mas divide opiniões sobre a sua funcionalidade e acessibilidade. Nesse sentido, o projeto de lei n.º278/2023, aprovado nessa quarta-feira (04/12), propõe a obrigatoriedade da disponibilização de menus e cardápios impressos nos estabelecimentos da capital. A matéria é do portal Toda Hora, assinada pela jornalista Marhia Edhuarda Bessa.
De acordo com o projeto, a medida se aplica apenas aos estabelecimentos que trabalham exclusivamente com menus digitais. Durante o processo de adaptação, estes estabelecimentos não poderão repassar os custos da impressão do cardápio ou do menu ao consumidor.
Além disso, será obrigatório o menu apresentar o nome do prato e o valor de forma legível.
Acessibilidade
O PL de autoria do vereador Alonso Oliveira (Agir) aponta que, embora a intenção seja tornar o atendimento mais ágil, na prática, esbarra com questões de acessibilidade.
“Esse tipo de cardápio acaba não sendo totalmente inclusivo, se analisarmos as dificuldades de pessoas idosas para lidar com a tecnologia, de pessoas com dificuldades de visão, bem como a falta de acesso às redes de Wi-Fi em determinados estabelecimentos. O objetivo do projeto é fazer com que ninguém seja excluído ou passe por constrangimentos na tentativa de acesso ao cardápio”.
Discussão
Durante a votação do projeto, os vereadores Raiff Matos (PL) e William Alemão (Cidadania) se opuseram.
De acordo com Alemão, essa seria mais uma burocratização e punição ao poder privado. “Entendo o projeto, mas não posso concordar com mais uma obrigatoriedade desse setor”, disse.
Já o vereador Mitoso (MDB) ressaltou que o PL não seria um retrocesso, mas sim uma questão de acessibilidade àqueles que não têm habilidade ou mesmo o aparelho celular e sugeriu ao menos um exemplar do cardápio físico.
“Poderiam disponibilizar pelo menos um cardápio, uma réplica daquilo que está no modo online. Pode ser o mais simples possível, impresso no próprio estabelecimento nem precisa ser aquele elaborado, só para a pessoa que não tem o dispositivo poder ter acesso”, sugeriu.
Aprovado pelos parlamentares, o projeto segue para sanção do prefeito David Almeida (Avante).
Opinião popular
Mesmo estando presente nos estabelecimentos há cerca de quatro anos, muitos consumidores ainda não se acostumaram com os QRs Code. Na rede social X (antigo twitter), enquanto alguns usuários pedem o fim do modelo, outros o defendem.
“Odeio cardápio em QR code, imprima este cacete logo”, desabafou um. “Eu sou fã do cardápio impresso, por mim poderia ter um decreto proibindo qualquer cardápio de QR code”, sugeriu outra internauta.
“Não entendo o hate (ódio) ao cardápio no QR code, é literalmente menos papel, plástico e gastos”, argumentou um defensor. “Nossa eu amo cardapio QR Code pq geralmente tem foto de todas as comidas. Juro, acho tão bom”, completou outro.
Fonte: Portal Toda Hora