O Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam) aprovou, durante sua 315ª reunião ordinária, realizada nesta quinta-feira (21/08), 64 projetos industriais em uma única edição, o maior volume dos últimos dez anos e o maior número registrado em 2025 até o momento. O encontro ocorreu no auditório do Senai, no Distrito Industrial.
Os investimentos aprovados somam R$ 1,3 bilhão, com potencial de gerar 3,4 mil postos de trabalho, entre novas vagas e mão de obra remanejada. Com as aprovações, o Amazonas alcançou 189 projetos aprovados apenas em 2025, consolidando um ritmo crescente de investimentos na gestão do governador Wilson Lima.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, destacou o momento positivo vivido pela Zona Franca de Manaus e a relevância do volume de projetos aprovados.
“Esta 315ª reunião do Codam é a maior de toda a sua história em número de projetos aprovados: 64 ao todo, entre implantação, diversificação e ampliação, abrangendo os mais variados setores, informática, hortigranjeiro, equipamentos hospitalares, enfim, de todas as áreas. Isso significa que vivemos um momento positivo, muito em função dos horizontes que se abrem após a aprovação da reforma tributária”, revelou Corrêa.
Destaques da pauta
Na 315ª Reunião do Codam, os principais investimentos incluem a Setor Pneus, que implantará fábrica de pneus e câmaras de ar para bicicletas e motocicletas (R$ 341,4 milhões e 604 empregos), a Elgin Industrial da Amazônia, que investirá R$ 69,4 milhões na produção de motores elétricos e monitores (225 empregos), e a GBR Componentes da Amazônia, com R$ 190,9 milhões para máquinas de dispensação de medicamentos (98 empregos). Também será implantada a F. H. de Oliveira Peixoto Ltda., produtora de laticínios (R$ 6,4 milhões e 16 vagas).
No interior, destacam-se projetos em Itacoatiara (Unifruit, R$ 2,5 milhões e 21 empregos), Iranduba (Amazonas Polpas, R$ 386,4 mil e 7 empregos), Manacapuru (Arca Bebidas, R$ 585 mil e 7 empregos) e Presidente Figueiredo (Gideão O. Silva, R$ 1,43 milhão e 10 empregos).
“Outro destaque que merece ser ressaltado é a presença de quatro projetos voltados para o interior do Amazonas, contemplando os municípios de Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Iranduba e Manacapuru. Essa é uma boa novidade, pois, pela primeira vez, estamos alcançando também o interior e não apenas Manaus”, acrescentou o secretário Serafim.
Indicadores em alta
O bom desempenho da economia amazonense destaca o ambiente favorável a novos investimentos. Na reunião, o secretário-executivo Gustavo Igrejas apresentou dados da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas, que apontam crescimento de 23% na arrecadação do ICMS da indústria entre janeiro e julho de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024.
Já o faturamento do Polo Industrial de Manaus somou US$ 19,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, registrando alta de 1,96% em relação ao ano anterior. No semestre deste ano, a geração de empregos se manteve em alta, com média de 132.075 postos.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, ressaltou que a constância nas aprovações de projetos mostra a credibilidade do modelo Zona Franca de Manaus e amplia as perspectivas para o setor produtivo.
“Isso significa dizer que o nosso modelo continua com credibilidade. você vê que há regularidade nas reuniões bimestrais, tanto do Codam quanto da Suframa, do nosso Conselho de Administração da Suframa (CAS). E sempre essas pautas são recheadas de projetos de implantação, ampliação e atualização”, declarou Azevedo.
O diretor industrial do grupo DBS, Raphael Di Mario, comentou sobre dois projetos de diversificação que foram aprovados na reunião do Codam. As iniciativas envolvem a produção de motocicletas de até 450 cilindradas, em parceria com a marca Moto Morini, e a introdução de ciclomotores elétricos.
“Esses investimentos, que variam entre R$ 500 mil e R$ 800 mil, abrem caminho para novos clientes e parceiros em curto prazo e nos permitem projetar uma produção inicial de cerca de 200 unidades mensais. É um passo significativo para a DBS e para o fortalecimento da indústria no Amazonas”, destacou Raphael Di Mario.