A Justiça Federal começa a ouvir nesta quinta-feira (16/10) Rubén Dario da Silva Villar, o “Colômbia”, Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, e outros oito réus acusados de envolvimento nas mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.
"Pelado" é apontado como o autor dos disparos que mataram Bruno e Dom, enquanto "Colômbia" é acusado de ter mandado executar o crime devido às fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região. Os dois estão presos em presídios federais e deverão participar da audiência por videoconferência.
A audiência em Tabatinga é relativa ao inquérito que investiga o crime de organização criminosa, em um processo diferente do que apura a morte de Bruno e Dom, e envolve outros oito réus além de "Colômbia" e "Pelado". "Colômbia" é apontado como líder do grupo que atuava com a pesca ilegal na Terra Indígena Vale do Javari e tráfico de munição.
A acusação sustenta ainda que o assassinato de Bruno e Dom foi motivado pelas ações de fiscalização ambiental realizadas pelo indigenista, que prejudicavam os interesses econômicos do grupo criminoso.
O envolvimento de "Colômbia" com o tráfico de drogas, pesca ilegal e uso de documentos falsos veio à tona após os assassinatos de Bruno e Dom. Em 1º de novembro de 2024, ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) como mandante do crime.
De acordo a investigação, "Colômbia" forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interveio para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas. A PF confirmou que os assassinatos ocorreram devido às fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região. Ele nega envolvimento nas mortes.
No curso das investigações, as autoridades constataram que "Colômbia" é suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal em áreas da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, e de ter envolvimento com tráfico de drogas. A região fica na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.