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Com Bolsonaro na capa, The Economist diz que Brasil dá lição democrática aos EUA

O texto chama Bolsonaro de “Trump dos trópicos” e argumenta que, enquanto os Estados Unidos dão sinais de retrocesso democrático, o Brasil busca consolidar suas instituições.

O texto ainda aponta que as eleições de 2026 podem ser decisivas, influenciadas diretamente pelo julgamento de Bolsonaro.

A revista britânica The Economist destacou nesta quinta-feira (28) que o Brasil se tornou um “caso de teste de como países se recuperam de uma febre populista”, tendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como exemplo central.

A capa traz uma ilustração de Bolsonaro com chapéu de pele de animal, em referência ao “xamã” que participou da invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, nos Estados Unidos. O episódio, liderado por apoiadores de Donald Trump, é comparado aos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

“O Brasil oferece aos Estados Unidos uma lição de maturidade democrática”, diz o título da reportagem. A publicação descreve Bolsonaro como um presidente polarizador que, após perder a reeleição, se recusou a aceitar o resultado e incentivou apoiadores a contestarem a democracia. O fracasso da tentativa de insurreição, seguido pelas investigações e pelo julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), é apresentado como exemplo de resiliência institucional.

Segundo a revista, a trajetória brasileira pode soar como “fantasia da esquerda americana”, mas é realidade no país. O texto chama Bolsonaro de “Trump dos trópicos” e argumenta que, enquanto os Estados Unidos dão sinais de retrocesso democrático, o Brasil busca consolidar suas instituições.

“Ao mesmo tempo em que os EUA parecem mais corruptos, protecionistas e autoritários, o Brasil, mesmo sob pressão, demonstra disposição em proteger sua democracia”, afirma o artigo, lembrando que o STF tem desempenhado papel central na contenção do autoritarismo.

A análise reconhece, porém, os riscos do excesso de protagonismo judicial. Apenas em 2024, o Supremo já teria tomado mais de 114 mil decisões — o que levanta debates sobre limites de poder e impacto na política.

O texto ainda aponta que as eleições de 2026 podem ser decisivas, influenciadas diretamente pelo julgamento de Bolsonaro. Para a revista, mesmo aliados do ex-presidente têm se distanciado, indicando um movimento político que busca superar a radicalização da última década.

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