A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, por unanimidade, a indicação do economista Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central (BC). Os senadores também aprovaram as indicações de dois novos diretores do BC e de uma nova diretora da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Todos os indicados foram aprovados por 26 votos a favor e nenhum contra. “Isso demonstra claramente a confiança de todos os senadores dessa comissão em relação ao trabalho que os senhores vão realizar”, disse o presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM). Ao proclamar o resultado da votação, ele lembrou que a comissão convidará Campos Neto daqui a seis meses para debater a situação da economia brasileira.
Braga
Líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, durante sabatina, disse que o BC precisa explicar ao povo brasileiro como baixar os juros e aumentar o crédito, para o País retomar o crescimento. O senador destacou que os spreads bancários no Brasil são desproporcionalmente elevados em relação aos padrões internacionais e apontou a concentração do sistema financeiro como fator básico para essa distorção.
O senador fez uma defesa veemente da expansão do microcrédito, especialmente diante do alto índice de desemprego no País. “As micro e pequenas empresas são as que mais geram emprego no Brasil”, salientou. Braga cobrou de Roberto Campos Neto e dos outros dois economistas indicados para diretorias do Banco Central uma posição clara sobre a autonomia do banco.
Braga também afirmou que o povo do Amazonas será eternamente grato ao ex-ministro do Planejamento, Roberto Campos, avô de Campos Neto, que assinou o decreto de criação da Zona Franca de Manaus. No relatório apresentado na semana passada, Braga salientou a competência e a experiência de Roberto Campos Neto, que deixou uma carreira de 18 anos no Banco Santander.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil