A Eneva pretende participar ativamente do calendário de leilões de energia de 2022, com novos projetos de geração a gás natural e energias renováveis. A primeira tentativa da companhia se dará, possivelmente, na licitação A-4, de 27 de maio, disse o diretor de novos negócios, marketing e comercialização de gás e energia, Marcelo Lopes.
A empresa concluiu, em março, a aquisição da Focus Energia. A operação permitiu à Eneva incorporar ao seu portfólio projetos que somam 3,7GW pico de potência instalada, com foco em energia solar.
A companhia, no entanto, pretende participar do A-4 com projetos eólicos que já vinham sendo desenvolvidos internamente pela geradora antes mesmo da compra da Focus. Segundo Lopes, neste momento os custos associados à construção dos parques solares recém-adquiridos estão mais altos e as eólicas têm se mostrado mais competitivas.
“O mais provável vai ser a monetização [do portfólio de energias renováveis] por meio do mercado livre, mas vamos testar também o mercado regulado. Queremos estar preparados para participar desse leilão [A-4, de maio] com energia renovável. Estamos trabalhando forte para isso”, afirmou o executivo, em entrevista à agência epbr.
A Eneva também vai olhar “com carinho” para os leilões de contratação compulsória de termelétricas a gás — exigência prevista na lei que aprovou a privatização da Eletrobras.
A companhia tem a intenção de replicar o modelo de geração termelétrica associada à produção de gás do campo de Azulão, no Amazonas. Em dezembro, a empresa negociou, no leilão de reserva de capacidade, a térmica Azulão 1, com capacidade de 295 MW.
Expansão de Azulão no radar
A Eneva, porém, tem planos para uma segunda térmica em Azulão, de igual capacidade, mais o fechamento do ciclo combinado das duas usinas. Ao todo, o complexo de Azulão pode atingir uma capacidade de 1 GW.
“[As térmicas no Amazonas] É o que acreditamos ser mais competitivo para os leilões deste ano e do ano que vem”, disse Lopes.
A geradora também tem em carteira projetos termelétricos associados à importação de gás natural liquefeito (GNL) em São Luís (MA) e em Macaé (RJ).
O executivo cita que o desenvolvimento desses dois projetos é, hoje, mais desafiador, diante da pressão dos preços internacionais de GNL. Ele acredita que até o fim do ano, contudo, as condições de mercado estarão mais claras e que oportunidades de negócios possam aparecer.