O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) informou, nesta segunda-feira (1º), que abriu sindicância para apurar a conduta da médica que resultou na morte de Benício Xavier de Freitas, de seis anos. A informação foi divulgada durante um ato realizado em frente à instituição.
Os representantes do CRM-AM, José Carlos Esteves e Juliana Tapajós, conversaram com os pais de Benício e falaram sobre as medidas que estão sendo tomadas.
Segundo o CRM-AM, após tomar conhecimento do relato público, o Conselho instaurou uma sindicância de ofício para averiguar os fatos de forma técnica e imparcial. A instituição também afirmou que manterá cooperação com autoridades sanitárias e policiais dentro dos limites de sua atuação, sempre com foco na verdade dos fatos e na prevenção de novos eventos.
Erros
Durante a manifestação, os pais da criança ressaltaram que houve “uma sucessão de erros”, envolvendo prescrição médica, administração da medicação e falta de supervisão.
Segundo Joyce Xavier, mãe de Benício, a médica responsável, Juliana Brasil, demonstrou “despreparo” durante o atendimento. "Ela não tem postura de médica. Médico salva vidas. Ela não salvou a vida do meu filho. Quando ela chegou para ver meu filho, não tinha ação, não sabia o que fazer, não saía do celular. A equipe de enfermagem estava ajudando mais do que ela", disse Joyce Xavier.
Os pais também criticaram a ausência de acompanhamento farmacêutico durante a administração de medicamentos. “Será que um profissional de farmácia não teria observado que 9ml é uma quantidade imensa para uma criança de 6 anos? Um farmacêutico poderia ter salvado a vida do meu filho”, desabafou Bruno Freitas, pai de Benício.
Como mensagem à sociedade amazonense, o CRM-AM reforçou seu compromisso com a ética, a qualidade da assistência e a defesa da vida.
“Destacamos a atuação técnica e imparcial na investigação”, conclui o comunicado.