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Mario Adolfo Curumim
Mario Adolfo Curumim

No ano de 1983, foi lançada a Rede Manchete, do empresário Adolpho Bloch;  É esta mesma TV que lança a modelo Xuxa Meneghel, então modelo como apresentadora de programas infantis à frente do Clube da Criança;  o piloto brasileirto Nélson Piquet se torna bicampeão mundial de Fórmula 1 superando a esquadra de franceses garantindo o título na África do Sul. E no mesmo ano Ayrton Senna conquista o campeonato inglês de Fórmula 3 e testa um carro da Williams em Donington Park a caminho de entrar na Fórmula 1;  Sally Ride torna-se a primeira mulher  norte-americana  a ir ao espaço como integrante da tripulação da nave Challenger.;  No Brasil, tomam posse os primeiro governadores  eleitos diretamente  após o golpe militar de 1964.

O ano de 1983 foi movimentado, como nossos amiguinhos podem observar. Mas que chegou mesmo para chamar  a atenção das crianças e adultos e fazer história foi um jornalzinho infantil chamado CURUMIM, que trazia como personagem próprio um indiozinho da Amazônia, que vaga no meio da floresta conversando com bichos, árvores e defendendo a natureza.  Jornal e personagem são criação do jornalista e cartunista Mário Adolfo Aryce de Castro, amazonense, formado em Comunicação Social al pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), e que está no jornalismo há  40 anos.

Tudo começou assim: Em abril de 1983, o empresário de comunicação  Umberto Calderaro, diretor-presidente de A Cítica onde Mário Adolfo trabalhava como repórter, e fez o desafio:

— Você acha que consegue editar um tabloide infantil, para circular aos domingos como encarte de A Crítica?

— Acho que consigo –, respondeu o então estudante, que já vinha publicando charges políticas na coluna da jornalista Hermengarda Junqueira.

— Então faz uma “boneca” (uma edição experimental, como chamam os jornalista) e traz para eu avaliar – determinou Calderaro.

Naquele dia, Mário Adolfo e, com um papel em branco à frente e um lápis na mão pensou...pensou...pensou... Qual seria o nome e o que traria o jornalzinho das crianças?

Foi aí que ele viu o filho de 03 anos andando pelo apartamento. Mário Adolfo Filho tinha cabelo liso cortado em forma de franja, perna grossa e uma barriguinha de mingau.

— Eureka! – gritou o jornalista – Vou criar um indiozinho que defende a floresta e os bichos! Mas qual será sei nome?

O cartunista pensou... pensou...pensou.... e teve um estalo:

— Ora, se o personagem vai ser um indiozinho, como que chamamos meninos aqui na Amazônia? Curumim! É isso mesmo, ele vai se chamar Curumim –, pensou em voz alta e começou a riscar o  indiozinho.

Foi assim que nasceu o Curumim. Como naquele tempo já existiam ameaças à floresta, o personagem já nasceu com a proposta de ser um guerreiro disposto a lutar para defender as arvores, os rios, os bichos e a região de uma forma geral. E por isso foi batizado com o codinome de “Último Heróis da Amazônia”.

Calderaro quando viu ficou animado. Ele comentou com Mário que achava que teria que comprar tirinhas da Disney, Maurício de Souza, Hanna Barbera...mas, que nada, o Curumim já vinha com seu próprio personagem de quadrinhos, o que era uma novidade em Manaus.

O jornalzinho foi lançado no dia 1º  de maio de 1983, quer dizer, o CURUMIM já nasceu no Dia do Trabalho. Nos primeiro quadrinho, o indiozinho deixa a floresta e caminha para a cidade grande, Manaus. Lá, na “civilização”, vai observando um monte de placas com a determinação “É PROIBIDO”, tipo “É proibido estacionar”, “É proibido Pisar na Grama”, “Proibido para Menores de 14 anos”(Filme), “Proibido dar comida aos animais”. Então, ao retornar à  floreta, o CURUMIM também sai fixando um monte de placas – “É proibido derrubar árvores”; É proibido invadir as terras indígenas”; “É proibido caçar animais”, “’E proibido poluir os rios”.....

Na segunda edição já fez chegou à redação centenas de cartas (ainda não existia e-mails), desenhos e fotografias. Rapidamente, o jornalzinho girou uma febre, porque além das informações. E tem sido assim, 35 anos depois.

Patrimônio Cultural do Amazonas

No dia 12 de abril de 2016 deputado Dermilson Chagas (PEN) concedeu, nessa terça-feira (12), a comenda de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Amazonas ao personagem Curumim, criação do jornalista Mário Adolfo. O Curumim, o último herói da Amazônia, é um suplemento infantil que circula nos jornais de Manaus há 35 anos, sendo uma criação 100% amazonense.

O projeto, de autoria do deputado Dermilson Chagas (PDT), foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Para Chagas, a obra é símbolo de conscientização ambiental já que abrange não apenas o público infantil. “Com o Curumim, o Mário Adolfo já fala de consciência ambiental desde a década de 1980, antes mesmo de surgem os grandes debates sobre a conservação da Amazônia. O Curumim promove a conscientização dos cidadãos do futuro já que cada criança, ao ler os quadrinhos, se torna divulgadora dessa mensagem”, disse.

O criador do Curumim, Mário Adolfo, salientou que a grande marca do personagem é ser um jornal infantil. “O Curumim nasceu com a proposta de defender a natureza, as florestas, os animais. É um jornal que tem sua história e é a cara da Amazônia”, afirmou o jornalista.

A presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM), Maria das Graças Pimentel Figueiredo, destacou a importância do personagem Curumim para as crianças do Amazonas. “É um patrimônio. As crianças no domingo ficam esperando o Curumim para aproveitar o caderno e seu conteúdo”.

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