Neste 25º Festival Amazonas de Ópera, o Curumim sai dos quadrinhos e estreia nos palcos do teatro, no musical “Curumim, o Último herói da Amazônia em Busca da Flor da Vida”, que tem texto do jornalista e músicas em parceria com o compositor Zeca Torres.
Espetáculo em oito atos, o musical e narra a história de Markinho um garoto que, por falta de tempo dos pais que só se dedicam ao trabalho, vive confinando em um apartamento jogando videogame, assistindo Pokemon e vendo a vida passar pela janela, enquanto outros garotos brincam lá fora.
“Nesse mundo cinzento, que mais parece uma bolha, o garotinho acaba pirando. Entra em parafuso, surta e acaba mergulhando num coma que nem os médicos conseguem trazê-lo de volta à vida”, explica o autor.
Vendo o desespero de Dona Mamãe, o papagaio Lourival resolve ajudar e voa para a floresta Amazônica em busca do Curumim, que conhece uma planta medicinal chamada a Flor da Vida que tem o poder de trazer as pessoas de volta á vida.
“Mas como toda a história tem que ter um vilão, o biopirata Mr. Okey, um gringo que vive roubando as riquezas da floresta, também busca a flor para comercializar com laboratórios estrangeiros e aí começa a trama”, revela Mário Adolfo.
No total, são dez músicas que compõe o espetáculo. De acordo com Zeca Torres, que compôs as músicas em parceria com Adolfo, os próprio atores interpretarão as canções, acompanhados da Orquestra de Violões com regência e arranjos do maestro David Nunes.
“Escrevemos uma música para cada personagem. Além daqueles já conhecidos da Turma do Curumim, inserimos ainda as canções do Pajé, Boto e Curupira. Foi num trabalho de dois anos, mas o resultado valeu a pena”, revela Torres, que é o autor do clássico “Porto de Lenha”.
Autor
Mário Adolfo e Zeca Torres, o Torrinho, se conhecem desde os tempos em estudaram no Colégio Pedro Segundo (Estadual). Depois cursaram jornalismo na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e colaboraram juntos nos jornais Zero (veículo experimental da faculdade) e no Porantim, o jornal editado pelo CIMI – Conselho Indigenista Missionário – , em defesa da causa indígena. Mário entrou para o jornal A Crítica e depois no Amazonas em Tempo e Torres optou pela publicidade e a música.
Mário Adolfo Aryce de Castro dos livros – “O Dia da Abertura”, “O que dá Pra Rir da Pra Chorar” (prefácio de Ziraldo), “Conversa Pra Boi Dormir” ( causos do Festival do Boi de Parintins), “Meu Bloco na Rua” (sobre o carnaval de rua de Manaus), “Amor de Bica” ( história da banda e confraria do Bar do Armando)“Perfil Parlamentar de Artur Virgílio” (lançado pela Câmara dos Deputados) ”Curumim o Último herói da Amazônia” ( pela Leio Adir Blanc). É vencedor de dois Prêmios Esso (1984 e 1977), Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Prêmio de Jornalismo Social da Caixa Econômica Federal/revista Imprensa, Prêmio Massey Ferguson, Prêmio da revista Ecologia 2000 e Menção Honrosa no Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo (2000-2001).
Personagens
Lançado em 1983, Curumim é um indiozinho que defende a floreta amazônica, seus bichos, rios e animais, principalmente os que estão na lista de extinção como a tartaruguinha Sarah Patel, o Jacaré Thinga e o papagaio Lourival, outros personagens criados pelo artista, como a indiazinha Murupi e o peixe Jara, o jaraqui. Em 2019, o Curumim foi tombado como Patrimônio Cultural e Imaterial pela Assembleia legislativa do estado do Amazonas (Aleam).
O Curumim virou cartilha educativa sobre a história do Amazonas, lançada na Suécia, em 1988; teve quadrinhos publicados na coletânea “Curumim, o último Herói da Amazônia”, lançado na feira do Serviço Social do Comércio (Sesc), em 1993; contou a história em quadrinhos no livro “A.E.I. Ópera”, lançado pela Secretaria de Cultura (SEC), na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, em 2000; foi o personagem da campanha de conscientização do Festival de Parintins “Curumim Contrário ao Lixo”, em 2013. Em 2012, o indiozinho contou a história do livro, em “Meu Amigo Livro”, quadrinho lançado na 1ª Bienal Amazonas de Livro, da Secretaria de Cultua. Curumim também foi tema da 30ª edição da Feira de Livro do Sesc, em 2015.