Nós, os adultos, que pensamos saber tudo, na verdade não sabemos de nada. E o que é pior, perdemos a vontade de nos indignar. Às vezes, o que está à nossa frente está errado, mas seguimos em frente tentando convencer a nós mesmos que “isso faz parte do jogo”.
Não é bem assim. Por isso, como cartunista, jornalista e também como adulto, peso que deveríamos aprender com a Mafalda, a garotinha respondona que briga até com o mundo para tentar ensinar aos adultos o que está errado e o que estamos fazendo com o planeta, com a vida de nossos semelhantes e com a nossa própria vida.
Mafalda é uma personagem de histórias em quadrinhos escrita e traduzida em imagens pelo cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido como Quino. Esta personagem, que logo se tornou célebre entre os leitores de suas histórias, é uma garota constantemente inquieta com a trajetória do ser humano e a paz no mundo.
Mafalda é rebelde, inconformada diante do contexto mundial. Por conta desse questionamento, tornou-se extremamente popular em todo o continente europeu e na América Latina. O escritor Umberto Eco, em 1968, disse que via em Mafalda e no Charlie Brown, criação do norte-americano Charles Schulz, um temperamento triste e suave. Este autor também caracterizava Mafalda como uma protagonista propensa à ira, justamente por não aceitar as coisas como elas são.
Costumo dizer que o maior elogio que recebi ao me trabalho de autor de quadrinhos foi quando, numa palestra em uma escola uma professora me disse que “o Curumim é a Mafalda da Amazônia”. E isso é verdade, porque volta e meia o indiozinho também mete o dedo na ferida e alerta os adultos.
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