O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou nesta segunda-feira que o diálogo político com o governador Wilson Lima (União Brasil) está “em aberto”, mas condicionou qualquer apoio futuro à solução de pendências institucionais entre o Governo do Estado e a Prefeitura. A declaração foi feita durante entrevista ao vivo concedida a jornalistas convidados por sua assessoria.
Segundo David, a relação pessoal com o governador é “boa”, mas há compromissos firmados em 2022 que não foram cumpridos. Ele citou, de forma objetiva, a retomada do passe livre estudantil e o pagamento de viadutos que o Estado teria se comprometido a ajudar a construir. “Ele precisa resolver esses problemas institucionais”, disse. Em tom irônico, completou: “Se ele não fizer, o Tadeu vai fazer”, em referência ao vice-governador Tadeu de Souza (Avante).
Na mesma entrevista, o prefeito afirmou pela primeira vez que não apoiaria hoje o senador Omar Aziz (PSD) na disputa pelo Governo do Estado em 2026. David fez um longo retrospecto político para rebater declarações recentes de Omar, que teria colocado em dúvida sua lealdade.
Ele lembrou que esteve ao lado do senador desde 2008, quando o apoiou na eleição para a Prefeitura de Manaus, e que voltou a acompanhá-lo em disputas majoritárias em 2010, 2014 e 2022. Destacou ainda que, em 2017, ao assumir o governo interinamente, pediu o controle do partido para disputar a eleição suplementar, mas teve o pedido negado. “Depois de tudo isso, ele não pode reclamar de mim”, afirmou.
Em relação ao Senado, David foi categórico ao declarar apoio irrestrito à reeleição de Eduardo Braga (MDB). “Ele é meu candidato a senador. Só não terá meu apoio se não quiser”, disse. O prefeito revelou que chegou à entrevista com alguns minutos de atraso justamente porque conversava com Braga e adiantou que “em janeiro haverá anúncios importantes”.
Durante toda a conversa, David evitou se colocar formalmente como candidato ao Governo do Estado, embora tenha elogiado o resultado da pesquisa divulgada na noite anterior pelo instituto Projeta, que o aponta na liderança da corrida em Manaus. Em vários momentos, deixou no ar a possibilidade de renunciar ao cargo em abril para disputar a eleição, mas repetiu: “Meu mandato vai até 2028”.
Por fim, o prefeito afirmou que seu grupo político trabalhará com um único candidato ao Governo, descartando qualquer possibilidade de racha interno ou conflito com o vice-governador.