A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino que autorizou a Operação Galho Fraco, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar suposto desvio de recursos da cota parlamentar, cita um assessor do deputado federal Pauderney Avelino (União Brasil- AM) no contexto da análise de movimentações financeiras consideradas atípicas pelos investigadores.
O nome mencionado é o de João Batista da Silva Campeio, identificado no documento como secretário parlamentar de Pauderney Avelino. A referência aparece no trecho em que a Polícia Federal justifica a necessidade de ampliar o escopo da investigação para alcançar pessoas que teriam participado, direta ou indiretamente, da circulação de recursos sob suspeita.
Segundo a decisão, João Batista da Silva Campeio realizou um depósito fracionado de R$ 15 mil na conta de Itamar de Souza Santana, um dos principais investigados no inquérito. De acordo com a PF, a operação financeira ocorreu antes de repasses a terceiros, o que levou os investigadores a apontarem “vinculação operacional entre os envolvidos”.
A menção ao assessor do parlamentar amazonense surge no mesmo contexto em que a Polícia Federal descreve um conjunto de movimentações financeiras cruzadas envolvendo assessores parlamentares, familiares e pessoas físicas ligadas a empresas de locação de veículos investigadas por supostamente funcionarem como empresas de fachada para o desvio de verbas públicas.

Pauderney não é investigado
A decisão do STF não inclui o deputado Pauderney Avelino entre os investigados, nem aponta indícios de participação direta do parlamentar nos fatos apurados até o momento. O nome do deputado aparece exclusivamente para identificação funcional do assessor citado no relatório policial.
A Operação Galho Fraco tem como principais alvos os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), além de assessores parlamentares e pessoas físicas apontadas como operadores financeiros do esquema. As investigações apuram possíveis crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, a partir do uso irregular da cota parlamentar para contratos de locação de veículos.
Na decisão, o ministro Flávio Dino destaca que a apuração ainda está em curso e que o material reunido até o momento serve para justificar medidas cautelares como busca e apreensão e quebra de sigilo bancário, sem antecipar juízo definitivo sobre responsabilidades criminais.