A delação premiada do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, deve atingir diretamente não só seu ex-chefe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas também seus familiares, especialmente, o senador Flávio Bolsonaro.
É o que acham integrantes da cúpula do PL, que estiveram bem próximos dos fatos.
Flávio, conhecido também pelo escândalo das “rachadinhas”, o primogênito de Bolsonaro era o mais próximo do pai e participou de diversas decisões de governo. Segundo a coluna de Bela Megale, a opinião de Flávio foi decisiva, por exemplo, em escolhas de nomes-chave do Judiciário, como o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kássio Nunes Marques.
Interlocutores de Cid teriam informado membros do partido de que familiares do ex-presidente teriam sido citados nos relatos feitos à Polícia Federal. O acordo, no entanto, segue em sigilo.
Se a suspeita se confirmar, dois dos prováveis candidatos do partido à prefeitura do Rio de Janeiro cairiam por terra. O primeiro foi o ex-ministro e general Walter Braga Netto, que teve o seu sigilo telefônico quebrado pelos investigadores.
O outro seria o próprio Flávio, opção defendida por alguns correligionários.