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Delegado e investigador da PC-AM são presos por sequestro e tortura

O delegado Adriano Félix, investigador Álvaro Tiburcio e o agente administrativo Edmilton Freire foram alvos de operação nesta quinta-feira (22)

Eles são acusados de integrar um grupo suspeito de envolvimento em sequestro e tortura 

O delegado Adriano Félix, titular do 22º Distrito Integrado de Polícia (DIP), e o investigador Álvaro Tiburcio, foram presos na manhã desta quinta-feira (22/5). Eles são acusados de integrar um grupo criminoso suspeito de envolvimento em um caso de sequestro e tortura ocorrido no município de Caracaraí, em Roraima. A matéria é do TH.

Além deles, o agente administrativo da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas Edmilton Freire, que atua como motorista, também foi preso na Operação "Jeremias 22:17", deflagrada pela Polícia Federal (PF) hoje.

Segundo as investigações da PF, os policiais envolvidos teriam sequestrado e torturado um autônomo para obter informações sobre o paradeiro de uma carga de cassiterita supostamente roubada. Na ação, teve a participação policiais de Roraima.

Durante o cumprimento dos mandados de prisão temporária, os policiais federais encontraram um arsenal em poder dos suspeitos, incluindo um distintivo da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), duas pistolas, uma submetralhadora, munições de diversos calibres, uma granada de efeito moral, uma arma de eletrochoque, além de algemas e coletes balísticos.

Organização criminosa
De acordo com a PF, os policiais envolvidos formaram um grupo criminoso que atuava na escolta de cargas de minério extraídas ilegalmente da Terra Indígena Yanomami (TIY), na prestação clandestina de segurança privada e na investigação paralela de roubos de carga, à margem do estado de Roraima. As ações, segundo as investigações, ocorriam enquanto os envolvidos exerciam funções oficiais na segurança pública.

Vítima foi torturada e ameaçada
A vítima, que não teve o nome divulgado, foi abordada em sua propriedade rural por três homens em uma caminhonete Mitsubishi L200, que se identificaram como policiais civis. Eles alegaram estar procurando por uma briga em uma vicinal da região e solicitaram orientação.

O irmão da vítima, que acompanhou o grupo de moto, relatou à Polícia Militar de Roraima que ele foi algemado, ameaçado com tapas e choques, e que os supostos policiais queriam saber onde estava o celular dele.

A vítima foi levada até a cidade de Iracema (RR) e, em seguida, a Mucajaí, onde os suspeitos abasteceram o veículo. Depois, seguiram e pararam em um bar. Ali, foi pressionado a fornecer informações sobre o destino de um caminhão graneleiro que teria transportado a cassiterita furtada.

Ainda segundo o autônomo, um Fiat Uno azul chegou ao local com outros três homens que alegaram ser do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Eles recolheram o celular da vítima para “averiguar” seu envolvimento no roubo. Apesar de negar envolvimento, o homem foi ameaçado, teve seus dados bancários, mensagens e fotos vasculhados, e sua família também foi alvo de intimidação.

O autônomo foi liberado e recebeu R$ 60 para retornar a Caracaraí de ônibus, mas não teve o celular devolvido. Ele afirmou ter sido alertado pelos suspeitos a não procurar a polícia.

Operação
Até o fechamento desta matéria, a PC-AM e a Secretaria de Segurança Pública não haviam se pronunciado oficialmente sobre as prisões dos agentes vinculados à corporação.

O nome da operação, “Jeremias 22:17”, que faz referência a um versículo bíblico, foi realizada em cinco estados – Roraima, Amazonas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul – e cumpre 13 mandados de busca e apreensão e sete de prisão temporária, expedidos pela Justiça Estadual de Roraima. As investigações foram iniciadas pela Promotoria de Justiça de Caracaraí.

As investigações continuam em curso, e a expectativa é de que mais integrantes do grupo sejam identificados e responsabilizados pelas práticas criminosas.

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