Os delegados Charles Araújo, Marília Campelo e Marna de Miranda foram afastados de suas funções na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) nesta quinta-feira (21). A informação é do Manaus Alerta.
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado do Amazonas (Sinpol), após tomar conhecimento do caso, emitiu uma nota, informando que “recebeu com estranheza a notícia relativa à retirada repentina, sumária e imotivada dos Delegados da DEHS após curiosamente terem conseguido a decisão judicial que prorrogou a prisão de dois empresários muito ricos de uma rede de Supermercado do Amazonas”.
A então delegada adjunta, Marna de Miranda, estava como responsável pelas investigações da morte do sargento do Exército, Lucas Ramon Guimarães, de 29 anos, morto no dia 2 de setembro, que tem como principais suspeitos, o casal de empresários Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo, proprietários da rede de supermercados Vitória.
Também nesta quinta-feira, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) atendeu um pedido da equipe de investigação da Polícia Civil sobre o caso, para prorrogar a prisão do casal, por mais 30 dias. A delegada Marna argumentou que a solicitação para prorrogar a prisão se deu no sentido de que o casal já havia sido ouvido, mas não estava contribuindo com as investigações.
O Secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), general do Exército Carlo Alberto Mansur comentou que as mudanças feitas pelos diversos órgãos de segurança são medidas administrativas normais. Até o fechamento da matéria, a Polícia Civil do Amazonas não havia comentado o caso.
Veja a nota completa do Sinpol:
O SINPOL recebeu com estranheza a notícia relativa à retirada repentina, sumária e imotivada dos Delegados da DEHS após curiosamente terem conseguido a decisão judicial que prorrogou a prisão de dois empresários muito ricos de uma rede de Supermercado do Amazonas.
Todas as estatísticas revelaram que nunca a DEHS havia contabilizado tantas prisões, apesar de ser do nosso conhecimento que aquela Especializada estava sendo minada por atos que minoravam, cada vez mais, a atuação investigativa dos agentes que ali atuam. Com efeito, o fechamento do plantão da Delegacia de Homicídios acabou por dificultar ainda mais os trabalhos daquela Especializada e sobrecarregou as centrais de flagrante, fato que, em princípio, já poderia se considerar como desastroso e diverso do interesse público.
Este Sindicato, na condição de legítimo guardião da classe Policial Civil do Estado do Amazonas, jamais coadunará com qualquer ato de gestão que tenha nítido caráter de perseguição aos servidores, sobretudo, àqueles que sem a mínima condição estrutural e de pessoal, tem desenvolvido um trabalho hercúleo e evidenciado um elevado espírito público no atendimento à população amazonense. Portanto, mostra-se inconcebível que Delegados comprometidos, operacionais, competentes e que desempenham as suas funções com maestria, sejam punidos em virtude da publicidade dada pela imprensa ao eficiente trabalho por eles desenvolvido, pois são incontestes face as inúmeras operações que deflagraram por aquela Especializada, assim como, pelos vários os casos complexos elucidados.
Pelo exposto e inúmeros outros atos, depreende-se que o viés perseguidor tem sido o norte dos atos da atual gestão, realidade esta que esfacela uma instituição tão renomada no cenário social e, por consequência, deprecia a imagem do Governador no seio da classe, pois são inúmeros os atos que visam ao constrangimento e a opressão aos Policiais Civis. Resta aguardar uma atitude efetiva e célere por parte Governador ao, finalmente, entender que a única forma de permitir que a PCAM seja oxigenada é a definitiva substituição da atual cúpula e a destituição do denominado gabinete do ódio.
Portal Manaus Alerta