O deputado federal Pastor Eurico (Patriota-PE) protocolou na Câmara dos Deputados um projeto de lei que proíbe as festividades do Carnaval em 2022 em todo o território nacional, em função da pandemia do novo coronavírus.
O texto do PL 4183/2022 foi protocolado, na quinta-feira 26), mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse em live que: “Por mim, não teria Carnaval [em 2022]”.
O presidente ainda disse que a decisão não depende dele: “Só que tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal, quem decide são os governadores e os prefeitos. Não quero aprofundar nessa que poderia ser uma nova polêmica”.
A polêmica, no entanto, estava instalada. Nas redes sociais, internautas se dividiram entre os que defendem o Carnaval e entre os que acham que é melhor adiar mais uma vez a festa. A discussão também ganhou contornos políticos, com acusações mútuas de falta de coerência entre a turma do “fique em casa” e a turma do “a economia primeiro”.
Na Câmara, o texto aguarda despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) para começar a tramitação. Embora não haja indícios de que Lira vá pautar a matéria, o tema, que divide internautas, já chegou ao Legislativo.
Justificativa
Na justificativa do projeto, o deputado Pastor Eurico cita o alerta da OMS (Organização Mundial de Saúde) para a quarta onda de contaminação.
“Apesar do ritmo acelerado na vacinação proporcionado pelo nosso Governo Federal, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o Carnaval pode ser um risco para uma nova onda de contaminações de Covid-19. De acordo com Mariângela Simão, diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da OMS, o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia do coronavírus: “Estamos vendo a ressurgência de casos de covid-19 na Europa. Tivemos nas últimas 24 horas mais de 440 mil novos casos confirmados. E isso que há subnotificação em vários continentes. O mundo está entrando em uma quarta onda, mas as
regiões têm tido um comportamento diferente em relação à pandemia”, afirmou.
O parlamentar também se antecipa à discussão de se a Câmara pode legislar sobre o tema e discorda do presidente Bolsonaro de que trata-se de uma atribuição de governadores e prefeitos: “Ademais, é importante destacar que a aprovação deste Projeto de Lei não irá ferir a competência de outros entes federados legislarem sobre o tema. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), as ações para combater o coronavírus são de competência compartilhada entre a União, estados e municípios e o DF. No caso de normas editadas por entes distintos, nossa Suprema Corte determinou que, em nome da segurança da população, serão adotadas as medidas mais restritivas”.