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Eduardo Braga recebe secretários de educação do AM para discutir melhorias no ensino

Evento foi espaço para debate e apresentação de um estudo sobre os desafios da educação no AM. Objetivo é criar plano de ação estruturante

Segundo o senador Eduardo Braga, debater a realidade atual da educação é fundamental 

O senador Eduardo Braga (MDB) participou, em Manaus, de um encontro com secretários municipais de educação do Amazonas para ouvir demandas e propor um plano de ação estruturante aos principais desafios enfrentados nas escolas dos 62 municípios amazonenses. Merenda, transporte, infraestrutura nas escolas, logística, energia elétrica, conectividade, formação e incentivo a professores e educação indígena são exemplos.

Organizado pelo senador Omar Aziz (PSD), que participou virtualmente, o encontro foi um espaço para debate e apresentação de um estudo desenvolvido pelo Instituto Durango Duarte (IDD) sobre as principais características e gargalos da educação municipal no Amazonas. Participaram também o deputado federal Sidney Leite (PSD), o presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), Anderson Sousa, e o presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes da Educação do Amazonas), Marcus Lúcio de Sousa, atual secretário municipal de educação de Tefé.

Segundo o senador Eduardo Braga, debater a realidade atual da educação é fundamental para poder investir nela. "Se o Amazonas efetivamente quer um plano, um projeto que faça o estado prosperar, gerar emprego, renda, e avançar sobre as diferenças regionais, a educação é primordial. É importante colher informações, opiniões e sugestões para formular um projeto comum, uma linha de ação para os próximos anos, priorizando desde a educação infantil ao ensino fundamental, que são responsabilidade dos municípios, mas também, por que não, futuramente, o ensino médio e superior", disse Eduardo Braga.

Virtualmente, o senador Omar Aziz reforçou a importância do encontro. "Ninguém melhor que vocês, secretários municipais, para dizer como está hoje a educação do interior. Dificilmente a gente aqui em Brasília, ou em Manaus, sabe o que está se passando num município longínquo. Mas você, secretário, sabe quais são os esses problemas. Precisamos avançar mais, melhorar a qualidade da educação, e só quem pode contribuir com isso é quem está lá na ponta", afirmou Omar Aziz.

Conforme dados do MEC de 2024, o Amazonas possui 4.944 escolas municipais, 793 escolas estaduais, 18 federais e 426 privadas. São Gabriel da Cachoeira é o município com mais unidades de ensino: 245 escolas. Na sequência, com média de 200 escolas, estão Maués, Itacoatiara, Manacapuru e Parintins. Além disso, 4.218 escolas estão na zona rural e 1.963 na sede dos municípios, sendo 1.133 escolas indígenas, 105 escolas de assentamentos e 9 de povos e comunidades tradicionais, como quilombolas.

Secretários municipais de educação

Da região do Alto Rio Negro, Nelson Thomé, indígena Baniwa e secretário municipal de educação de São Gabriel da Cachoeiran, agradeceu a oportunidade de poder expor os desafios da educação municipal na cidade mais indígena do Brasil.

"Pela primeira vez temos um contato direto com senadores e deputados para falar da educação. Geralmente são os prefeitos que chegam lá", disse. "Nosso desafio é grande: a gente vai em qualquer canto, enfrenta chuva, sol e cachoeiras, anda pelas trilhas para chegar onde tem comunidades para levar a educação de qualidade. Temos mais de 1.500 professores, seis escolas de tempo integral e atualmente conseguimos 209 pontos de internet pelo programa Escola Conectada. Agradecemos ao nosso senador Eduardo Braga por destinar uma emenda que permitiu conseguirmos três ônibus escolares", disse Nelson Thomé Baniwa.

De outro extremo do Amazonas, no sul do estado, região do Rio Madeira, a secretária municipal de educação de Novo Aripuanã, pedagoga Alcione Silva, destacou o ineditismo do encontro e a importância de dialogar sobre os desafios da educaçãoincluindo também representantes da pasta estadual.

"Vários colegas falaram e os problemas praticamente são os mesmos. Estamos há sete meses na pasta e já construímos escolas na zona rural e casas de apoio a professores, porque levar um professor para a zona rural e fazê-lo dormir na sala de aula ainda é uma realidade", disse. "Gostaria também de sugerir que nos próximos encontros houvesse representantes da Seduc, porque a nossa secretaria sempre dá suporte, tanto de mão de obra quanto de estrutura e não há essa contrapartida da Seduc", enfatizou Alcione Silva.

Do Alto Solimões, na tríplice fronteira, o secretário municipal de educação de Tabatinga, Waldeclace dos Santos, o "Declan", enfatizou a importância de investir na merenda escolar e fazer mudanças no PNAE, o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

"A realidade amazônica é igual. Todas as dificuldades são iguais. Basicamente 100% das crianças carentes frequentam a escola devido à alimentação escolar. Quando a gente fala merenda, nós não falamos só em merenda, falamos em almoço. Se não tiver merenda escolar, a criança não vai para a escola. Quando a gente vai distribuir a merenda escolar, a logística é monstruosa, não só em Tabatinga, em todos os municípios que vivem essa realidade amazônica, algo totalmente do resto do país", defendeu Declan.

Um plano para a educação

A realização do evento para debater a educação nos 62 municípios do Amazonas faz parte de um conjunto de encontros do movimento "Amazonas Forte de Novo". Em julho ocorreu o Encontro com Secretários Municipais de Saúde. Ainda estão previstos encontros sobre Assistência Social e Produção Rural. Ao final, o resultado dos debates e os dados colhidos pelo Instituto Durango Duarte (IDD) devem orientar a construção de um plano de ação estruturante para o futuro do Amazonas.

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