Somente nos últimos três dias - 27, 28 e 29 de agosto -, 120 pessoas deram entrada em ações na Justiça do Amazonas contra a empresa 123 Milhas. De acordo com o advogado Altamir da Silva Vieira Júnior, este número pode ser consultado no Portal do Sistema de Automação (e-SAJ) do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e a tendência é de que continue crescendo.
Entretanto, segundo o advogado, as pessoas que estão se sentindo lesadas pela 123 Milhas podem esperar ainda muito tempo para receber qualquer tipo de indenização. Isso porque a empresa informou que protocolou nesta terça-feira, 29/08, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais um pedido de Recuperação Judicial.
"Eles estão pedindo a suspensão, por 180 dias, das ações judiciais de cobrança movidas pelos milhares de passageiros lesados pelo esquema. Eles admitem dívidas que passam de R$2,3 bilhões. Ou seja, quem foi lesado e quiser o dinheiro de voltar, pode ficar aí mais de um ano esperando. Até se organizarem e começarem a tentar organizar qualquer tipo de ressarcimento, ainde deve demorar. Não será imediato", explicou Altamir Júnior.
A 123 Milhas ainda alega que, devido aos fatos recentes, houve quebra de confiança dos agentes de mercado (em relação à empresa) e uma “verdadeira corrida ao Judiciário por diversos credores, o que inegavelmente põe em risco o caixa”.
Com a recuperação judicial, há a transferência integral do risco do negócio para os consumidores, que serão os últimos a receber se algum dinheiro ainda existir. "Antes dos consumidores, há outros pagamentos, como trabalhistas, tributários e os demais", assinala Altamir Júnior.