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Energia solar transforma rotina de comunidades ribeirinhas no Amazonas

No Lago do Piranha e em Três Unidos, famílias passaram a ter luz elétrica, conservar alimentos e ampliar a renda com o Programa Luz Para Todos

A previsão é alcançar mais 7.258 famílias até 2026

O Programa Luz Para Todos tem levado energia solar a comunidades isoladas do Amazonas, onde o acesso à rede elétrica convencional é inviável. No Lago do Piranha, 78 famílias — cerca de 400 pessoas — foram contempladas. Na comunidade indígena Três Unidos, do povo Kambeba, no rio Cuieiras, outras 42 famílias, aproximadamente 150 pessoas, passaram a contar com eletricidade a partir de placas fotovoltaicas.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia e da Amazonas Energia, o programa atendeu 78 famílias em 2021 e 4.380 entre 2022 e 2024. A previsão é alcançar mais 7.258 até 2026, totalizando 11.716 beneficiadas no estado.

Em áreas de difícil acesso, principalmente durante a cheia dos rios, a chegada da energia elétrica tem mudado hábitos cotidianos e ampliado possibilidades. No Lago do Piranha, por exemplo, os moradores foram os primeiros a receber placas solares, que hoje abastecem casas, escolas e pequenos comércios.

A moradora Ingrid, mãe de duas filhas, relata que a energia elétrica permitiu melhorar a alimentação da família e abrir novas fontes de renda. “Antes, só podíamos comer alimentos salgados. Agora temos freezer e podemos conservar a comida. Também comecei a vender dindim e picolé, o que trouxe renda para minha família. Além disso, chegou internet. Antes precisávamos ir até Manacapuru e gastar mais, hoje já temos acesso em casa”, disse.

Na comunidade Três Unidos, o tuxaua Valdemir lembra que até 2021 a iluminação vinha de lamparinas. “Agora podemos jantar com luz elétrica, estudar à noite e conservar a pesca em freezers. Tudo mudou para melhor, com mais qualidade de vida. Com a energia, conseguimos preparar nossos jovens para o futuro”, afirmou.

Além do impacto na rotina, o fornecimento de energia tem impulsionado a organização comunitária e a produção local. Atividades como artesanato e pesca passaram a ganhar escala com a possibilidade de armazenamento, apontam moradores e lideranças locais.

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