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Estiagem histórica compromete a produção de Queijo de Autazes

Ícone da atividade agropecuária no Amazonas, o famoso Queijo de Autazes está se tornando escasso nos pontos de comercialização e nas residências dos consumidores

O produto que é figura carimbada na gastronomia amazonense está ficando difícil de ser encontrado 

Produtores rurais acumulam prejuízos e se deparam com um cenário desolador para este final de ano no Amazonas. A estiagem histórica que assola a região tem impactado drasticamente vários segmentos da atividade agropecuária no Estado.

Um bom exemplo desse momento difícil enfrentado pelo setor primário amazonense pode ser observado na brusca redução do volume de produção do famoso Queijo de Autazes. O produto que é figura carimbada na gastronomia amazonense está ficando difícil de ser encontrado em feiras, mercadores e outros pontos frequentes de comercialização.

De acordo com o médico veterinário e Superintendente Federal do Ministério da Agricultura e Pecuária no Amazonas (MAPA), Guilherme Pessoa, a estiagem acima da média e o calor excessivo tem afetado sensivelmente os rebanhos leiteiros do Estado, comprometendo a quantidade e a qualidade da produção de leite, matéria-prima da cadeia produtiva de queijos.

Pecuaristas do território onde são produzidos os Queijos de Autazes afirmam que os animais estão sem comida e sofrendo muito com as altas temperaturas. “Não temos pasto para alimentar os animais, tá tudo seco e até queimado. Essa deficiência nutricional associada ao desconforto térmico reduz muito a capacidade das vacas de produzirem o leite”.

Para centenas de famílias que se dedicam à produção de Queijos de Autazes e tem nessa atividade sua principal fonte de renda, as próximas semanas serão cruciais para atividade. “Já estamos produzindo 50, até 70% menos queijo. Em todos os municípios que produzem Queijo de Autazes tá acontecendo isso. Já tem gente parando até 100% com a produção”.

Outro fator crítico para a produção no cenário atual diz respeito ao expressivo aumento das distâncias que precisam ser percorridas entre as áreas de ordenha e os locais de fabricação dos queijos.

Com a migração dos rebanhos para as áreas de várzea, em busca de maior oferta de alimentos, o transporte do leite desde a ordenha até as queijarias é feito com o apoio de embarcações, principalmente lanchas e canoas rabeta. Como os rios e lagos secaram totalmente, ficou impossível usar esse meio de transporte. Também não há como percorrer de carro ou motocicleta os leitos secos e lamacentos.

O Queijo de Autazes é um ícone da atividade agropecuária no Amazonas, tornando-se famoso no cenário regional em função do grande volume a da excepcional qualidade. É produzido em um grande território que contempla, além de Autazes, os municípios de Careiro, Careiro da Várzea, Borba, Itacoatiara (Distrito de Novo Remanso) e Nova Olinda do Norte.

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