O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Djairlon Henrique Moura, confirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter recebido ordens do Ministério da Justiça para realizar blitzes em ônibus que trafegavam com destino ao Nordeste às vésperas das eleições de 2022. A oitiva foi realizada nesta terça-feira (27/05). As informações são da Istoé.
De acordo com ele, a operação foi solicitada pelo então ministro da pasta, Anderson Torres, que pediu máximo empenho no policiamento dos ônibus com o objetivo de evitar crimes eleitorais — a Justiça Eleitoral veda o transporte de eleitores em veículos particulares na data das votações. Moura negou, porém, “objetivos políticos” nas ações policiais na ocasião.
As blitzes em ônibus com destino e em trânsito na região Nordeste foram amplamente noticiadas no segundo turno daquela disputa, em que Bolsonaro perdeu a reeleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme as investigações policiais, esse foi um dos recursos explorados pelo grupo de 31 réus pela trama golpista para tentar evitar a vitória do petista nas urnas.
Denúncia da PGR aponta que os acusados tentaram descredibilizar o sistema eleitoral, financiaram acampamentos em frente a quartéis do Exército e chegaram a tramar um plano para matar Lula, Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e impedir a transição democrática de poder.
Depoimentos
Djairlon Henrique Moura foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (27/05), como uma das 15 testemunhas de defesa de Torres, que é réu na corte pela suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.
Após o resultado, conforme as denúncias da PRG (Procuradoria-Geral da República) que estão na mesa do STF,