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Estava tudo certo para o presidente Fernando Henrique Cardoso vir conhecer o Festival Folclórico de Parintins. Eu disse estava, porque o “fogo” do homem foi apagado naquela visita a Parintins, em março de 2000, para fazer a abertura nacional do ano letivo.

Tudo estava correndo as mil maravilhas. Até porque o simpático povo de Parintins tratou o presidente com grande calor humano. A ponto de, no trajeto aeroporto-centro, ele pedir para pararem o ônibus, quando viu uma multidão gritando assim:

— Alô FHC, nós gostamos de você!

— Deixa eu descer um pouquinho e sentir o calor do povo. Nunca mais eu pude fazer isso. Em todo canto que ando só levo vaias – confidenciou o presidente, descendo do ônibus e acenando bem de pertinho para o povo. E sem levar um mísero ovo na testa.

O presidente realmente estava maravilhado e decidido a visitar o Amazonas em junho, para assistir à chamada oitava maravilha do mundo, que é a festa do boi. Tudo corria as mil maravilhas até que um infeliz teve a ideia de trazer aquelas cunhãs-porangas para bailar o dois-pra-lá-dois-pra-cá na frente de Sua Excelência.

O encantamento da cunhã

O presidente, que estava ao lado do governador Amazonino Mendes, inclinou o pescocinho e quase teve um torcicolo acompanhando o balanço dos músculos glúteos de uma morena bela. Ao olhos ficaram assim, um pouco “zarolhinhos”. Fernando Henrique Cardoso suava mais do que tampa de chaleira. “Amazonino, esse tal de cupuaçu dá um esquentamento no corpo”, comentou, discretamente.

Mais infeliz, entretanto, foi o fotógrafo que captou o exato momento em que FHC tentava descobrir o “caminho para as índias”.

A foto saiu na primeira página de tudo quanto é jornal do Brasil e do exterior, nas revistas Veja, IstoÉ, Época, e “Bundas; virou motivo de discussão no programa do Jô Soares, foi matéria do Casseta & Planeta, o diabo a quatro.

Quando retornou à Brasília, um outro assessor infeliz, teve a ousadia de fazer o comentário bem pertinho da dona Ruth, que acabara de ler os jornais.

— O presidente confirmou que vai à festa do boi de Parintins!...

— Não vai não! – disse dona Ruth, sacudindo o dedinho indicador e encerrando o assunto.

E o presidente não veio.

Presidente ficou só na vontade
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