As cidades amazônicas também são territórios férteis para empreendimentos de impacto socioambiental. Esse foi o mote do painel “A Amazônia urbana: o papel das cidades para a floresta em pé”, parte da programação da terceira edição do Festival de Investimentos de Impacto e Negócios Sustentáveis na Amazônia (FIINSA), nesta quarta-feira (23), em Manaus.
A conversa, mediada por João Montenegro, analista de investimento de impacto da Sitawi, contou com a participação dos ativistas Mel Mura e Jander Manauara, além dos empreendedores Janaína Silvestre, da Vitrum, e Lindomar Goes, da Tucuju Valley.
Durante a conversa, os painelistas discutiram o potencial dos espaços urbanos para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis. Um dos exemplos é o uso de resíduos de vidro coletados pela startup amapaense Vitrum, destinado à produção de peças feitas de concreto de forma artesanal ou para o uso na construção civil.
“O resíduo é muito presente nas nossas comunidades. A gente vê as garrafas pet, o vidro, o alumínio presentes nesses espaços, mas a gente sofre com a gestão de resíduos, com o saneamento básico e isso impacta diretamente na vida das pessoas”, explica Janaína.
O rapper Jander Manauara falou sobre a valorização dos espaços periféricos. “Se existe um espaço democrátcio, ele se chama periferia. Onde a galera faz acontecer, onde está a cadeia produtiva. A cidade é um tecido vivo, repleto de soluções”, destacou.
Outro ponto discutido foi a necessidade de que negócios se organizem em rede, como acontece com a Tucuju Valley, grupo amapaense de startups amazônicas. “A gente tem conseguido, através de uma comunidade, criar um ecossistema de inovação, de tecnologia e bioeconomia, com cases de sucesso fantásticos”, reforça Lindomar Goes.
A programação do FIINSA segue até esta quinta-feira (24) com painéis, oficinas e debates, além de um mercado com produtos locais, shows e eventos paralelos.