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Fiocruz emite alerta sobre aumento de casos de síndrome respiratória no Amazonas

Amazonas está entre os estados do Norte com alta de ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Foto: Divulgação

Divulgada nesta quinta-feira (18/12), a última edição de 2025 do Boletim InfoGripe da Fiocruz registra que a alta de ocorrências de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em estados do Norte (Acre, Amazonas, Pará e Tocantins) ocorre especialmente nas populações adulta e idosa e tem sido impulsionada pela influenza A.

O boletim também indica o início ou a manutenção do aumento das hospitalizações pela mesma doença em alguns estados do Nordeste (Bahia, Maranhão e Piauí) e, no Sul, em Santa Catarina, além de retomada do crescimento no Espírito Santo (Sudeste). A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 50, período de 7 a 13 de dezembro.

O Boletim InfoGripeé uma estratégia do Sistema Único de Saúde para o monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.

A atualização mostra que cinco estados no Brasil (Acre, Amazonas, Pará, Tocantins e Mato Grosso) e o Distrito Federal apresentaram incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas). O mesmo cenário foi verificado em cinco capitais: Rio Branco (Acre), Manaus (Amazonas), Belém (Pará), Palmas (Tocantins) e Macapá (Amapá).

Pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella chama atenção para a importância de se vacinar contra a influenza, principalmente na região Norte, onde a campanha de vacinação está se iniciando. “Agora é o período de vacinação contra a influenza A na região Norte. Por isso, é fundamental que as pessoas dos grupos de risco dessa região se vacinem o quanto antes, para ficarem protegidas contra casos graves e óbitos causados pelo vírus”, comenta.

A análise ainda aponta que, no Amazonas, ocorre o início de crescimento de SRAG em crianças de até dois anos, causado pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). No Distrito Federal, o incremento de casos de SRAG se concentra na população infantil de até quatro anos e tem sido alavancado pelo metapneumovírus e rinovírus. Já no Mato Grosso, os dados laboratoriais disponíveis ainda não permitem determinar o vírus responsável pelo crescimento de SRAG no estado.

Incidência por faixa etária
Os dados laboratoriais por faixa etária mostram que o rinovírus tem sido a principal causa de hospitalização por SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos. O InfoGripe também verificou um maior número de casos de SRAG classificados como “outros” nas crianças de até dois anos, dos quais a maioria é causada por metapneumovírus.

A leve diminuição dos casos de SRAG na população de jovens, adultos e idosos no agregado nacional ainda é reflexo da diminuição das hospitalizações por influenza A em alguns estados do Sudeste e Centro-Oeste. No entanto, as hospitalizações pelos vírus continuam aumentando em estados das regiões Norte, Nordeste e Sul. Mesmo estando em níveis baixos de incidência em todos os estados, a Covid-19 se mantém como uma das principais causas de hospitalização por SRAG entre os idosos nas últimas semanas.

Dados epidemiológicos e óbitos
Em nível nacional, o cenário atual aponta indícios de queda na tendência de longo prazo (últimas se semanas) e de estabilização ou oscilação na tendência de curto prazo (últimas três semanas). No ano epidemiológico 2025, já foram notificados 224.721 casos de SRAG, sendo 117.541 (52,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 84.004 (37,4%) negativos, e ao menos 8.791 (3,9%) aguardando resultado laboratorial.

Entre os casos positivos, verificou que 37,4% foram por VSR; 29,3% por rinovírus; 23,1% por influenza A; 8,5% por Sars-CoV-2 (Covid-9); e 1,2% de influenza B. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 42,4% para rinovírus; 21,5% para influenza A; 11,6% para SARS-CoV-2 (Covid-19); 5% de VSR; e 2,2% para influenza B.

Referente aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 13.234 óbitos de SRAG, sendo 6.687 (50,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.315 (40,2%) negativos, e ao menos 210 (1,6%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os óbitos positivos do ano corrente, observou-se 48,2% foram por influenza A; 24,4% por Sars-CoV-2 (Covid-10); 14,7% por rinovírus; 11% por VSR; e 1,8% por influenza B.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 38,8% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 30% para influenza A; 21,2% para rinovírus; e 3,1% para influenza B.

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