Com canções que marcaram época, como a devassa ‘Geni e o Zepelin’, e as do novo CD, o compositor Chico Buarque de Holanda lotou mais uma vez o ‘Vivo Rio’, uma incrível casa de shows com capacidade para 5 mil pessoas. Seria o fim da turnê Caravanas pela Cidade Maravilhosa, que iniciou por Belo Horizonte, mas devido ao sucesso de público foi prorrogada até o dia 4 de fevereiro. A próxima parada é em São Paulo, onde se apresenta só depois do Carnaval.
Chico entrou no palco por volta de 20h30 impecavelmente vestindo um blazer cinza com camisa esporte preta por dentro e quando relembrou a fase de antigos sambas, exibiu um estiloso chapéu Panamá. Antes disso, quem roubou a cena foi a cantora Maria Betânia, amiga de “outros carnavais” do compositor. A baiana foi recebida com gritos de euforia de parte de seus fãs.
O compositor provou mais uma vez que antigas letras que serviram de escudo contra a ditadura continuam atuais. Vítima, ultimamente de ataques de críticos da era petista, Chico incluiu no repertório música como Partido Alto, composta em 1972, que tem recados diretos contra seus possíveis algozes “Mas se alguém me desafia e bota a mãe no meio / Dou pernada a três por quatro e nem me despenteio / Que eu já tô de saco cheio”.
Chico Buarque dedicou a turnê Caravanas a seu grande parceiro Wilson das Neves, morto em 2017, que por muitos anos foi seu baterista e a quem tratava por “Chefia”
— Eu canto há mais de 50 anos e algumas dessas canções eu gostaria de ter composto –, disse Chico agradecendo aos seus parceiros, como o próprio Wilson das Neves. Aliás, este foi um dos momentos onde o cantor mais se soltou no palco, exibindo o chapéu panamá e sambando, para entrar no clima de Grande hotel, saudando o amigo ” Chefia” .
Um show, como tantos outros, para ficar na história de quem gosta deste que é um dos maiores artistas brasileiros. (Rio de Janeiro)